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28.6.18

Um textículo: "lava"


a pele em erupção
em túrgida pulsação
a rosa em vazão

hipérbole das sensações
um vulcão de mil explosões
explosão de mil vulcões

desequilíbrio das emoções
catarse da convulsão


27.6.18

Um texticulozinho: "prosapoética"


Amor, te aviso: a morte chama. Para isso, para amar, perca o amanhã, perca o juízo.


26.6.18

Um textículo: "7 a 1"


Era dia dos namorados, estavam em êxtase, na sala. Ele a convidou para o quarto. Ela, levantando-se, queria realizar uma fantasia: vamos pra copa? Sete horas depois, nenhuma bola dentro.

24.6.18

Um textículo: "onze de junho, dez para a meia noite"



raios vibram na terra indócil
trovões e tambores percutem
bocas umedecem
em dialetos incompreensíveis 
olhos emudecem as faíscas
que brilham dentro das pálpebras, arco na íris
não há fronteiras para corações largos
que desconhecem geografias e fronteiras

o cérebro se ocupa de burocracias
como interpretar sinais dentro do abraço
e explicar o que é tempo e espaço

21.6.18

20.6.18

Umtextículo: "poetês"


esse ser que aí está 
rosnando e babando 
com duas bocas e um ouvido
com suas pernas e abraços retráteis
figura exata, bestial, exótica
erótica, moral, matemática

ser de certezas
não sabe poetês 

(escreva, fale
neste idioma)

18.6.18

Um textículo: "o antissocrátioco"


Da Roma antiga ao Brasil de amanhã, algumas das melhores respostas têm sido dadas pelo sábio Silentius.

17.6.18

Um textículo: "poema"


sete da manhã
desabraço a solidão
levanto, pego sua mão
passeio pela casa
levo ela ao banheiro
dou descarga na contramão

e fica combinado assim
à noite ela me leva pra passear
de dia trago ela pra me fazer companhia

eu e a solidão
fizemos juras de felicidades
prometemos guardar uma à outra
manter contato, ligar de vez em quando
dar comprimido e xarope
levar ao show, ao teatro,
rirmos em algum circo
viajar juntas pros istêitis
agasalharmos nas noites frias
andar de mãos dadas na praia

ela, falsa magra
eu, falso feliz 

solícita, a solidão dá a mão
abraça sem calor 
e faz companhia, até que a morte una 
e tudo se torne nada 


14.6.18

Um textículo: "fura-greve"


o caminhão do correio não entregou o livro
mesmo assim te entrego, Poesia
mesmo assim me entrego, Poesia

da série haicaos

13.6.18

Um textículo: "um pássaro só"


Tinha a cabeça nas nuvens, sem grades na imaginação. A mais divertida, extrovertida, atrevida menina do lugar. Re, voada, eterna criança, dizem que vive no céu dos passarinhos.  

8.6.18

Metalinguagem

Foto de Ines Santos sobre imagem de Claudemir Santos

7.6.18

haiquase - exercício 76


a tradição da pele
levitar no frio
abraçar o calor

4.6.18

haiquase - exercício 75


que o meu céu encontre o seu
e o calor do sol que sou
deixe a lua rimar


2.6.18

Um textículo: "erupção"


a rosa, a borboleta rosa
a vida bruta brota
com ela, a poesia abrupta

da série haicaos

1.6.18

Um textículo: "o vizinho sísifo"


Se você levar minha pedra hoje, carrego a sua amanhã.