Quando nasci, um anjo sombrio
qual fantasma
entreparedes
disseram/escreveram-me concretamente
“ vá de a a zê, ser gauche na/da vida
vá ser, zé, maná da vida”
e a mulher, feminina, vestida
de alguma indumentária 'ista'
– vá lá, zé. Só homem,
como você
pode ser gueixa
nesse novo duelo do século vinte
e um: unissex.
os sub/sobre/semi-óticos do poema-processo
recortaram
bricolaram
as palavras das capas do Cruzeiro
e da Veja:
“Va (sem acento) vírgula Ze (de novo
sem acento)
(outra linha) ser
(outro tipo de fonte) gaux
(outra fonte) e
(volta fonte anterior à anterior) da vida”
mas os marginais:
– vai logo, ô Zé! que os anjos não tem pressa
de vida, não tem pressa de nada.
Outra geração, contudo, os pós-pode-tudo, asseveraram:
“Vá ser gauche/gueixa
que isso é ser igual
que isso é ser diferente”
Minha mãe, terna e contemporânea
porém:
– Vá, meu filho, ser um anjo
na vida de alguém.
E eu não sabia que a minha história
era mais venturosa que a de Robinson Crusoé.
Um comentário:
compadre, dei uma sapeada por aqui, tu tá escrevendo pra caráio! abraço do akira.
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