no céu na boca
seu beijo faz
uma constelação
os pelos que vestem a pele que veste a gordura que veste o osso
estão nus
e flertam o sol
protegidos por diversas gosmas
que os protegem do ar
enquanto desfilam pelo calçadão da praia
sonham com banhos de mar
eriçam com as lambidas da brisa
namoram os raios libidinosos do sol
primos da legião apelidada cabelos
encaracolados, desgrenhados
menos aparentes
amortecidos por exércitos de tecidos
cortados rente
os pelos atravessam a faixa de pedestres
seguidos pelo olhar prestimoso
de dois tecidos de vidro
fumê
sancionada a lei: legalmente amadas, as pessoas ganham o direito a porte de alma.
será que só eu que vejo
amy sussurrando blue velvet?
só eu que a ouço de olhos abertos?
ou cassia duetando com ângela ro ro
assobiando cassiano?
beba orvalhos, lágrima da lua
como quem bebe esse fusco
os raios do sol
babando em haustos
nu na eternidade
vestido de arco-íris
cantante como formiga
travestida em cigarra
morto mata em nome de deus
quem não acredita em deus
era pra ser ficção mas virou a esquina
agorinha mesmo
esquentaesfria
gelapela
esfriaesquenta
animaprostra
tramatece
prendesolta
acendeascende
acertaaseta
torrageladeira
salgadoce
asaninho