Há muito tempo não passava pela av. Sumaré, ali na zona oeste de Sampa. Lá se vão bem uns dois ou três anos.
O fato é que gosto dela. Tem lá seu encanto num canteiro central onde algumas árvores dezenárias, perfilam-se distraídas, num clima bem bucólico. A qualquer hora do dia e também à noite é possível ver caminhantes, corredores, ciclistas e cachorros concorrendo democraticamente ao seu ar tranquilo. Um cinto verde discreto na gordura cinzenta dessa metrópole.
Passei por ela anteontem cedo, de ônibus, bem rápido. Não sei bem o que me faz sentir-se tão anelado a ela. Será o fato de ligar duas grandes paixões minhas, a boêmia Vila Madalena ao Parque Antárctica? Ou pelo fato de já ter ficado horas a fio em papao descontraído tomando cerveja lá no Jucalemão, com o Levi, antigo parceiro de trabalho e copo? Não sei.
O fato é que desenlaçou um nó em mim o passar por ela nessa manhã ensolarada de uma primavera nascente. Às vezes, sinto uma angústia feliz, bem roseana, quando desfruto dessa condição de vivenciar algo que me entorpece, me transporta para uma dimensão meio inexata, complexa, bem contundente de ser experimentada. Pode ser na leitura de um poema, ouvindo Wagner ou Bethoveen, Miles Davis ou Djavan, Sacha Arcanjo ou Carla Bley. Também acontece de me acometer no meio de um Akira Kurosawa, David Lynch, Fellini ou Joaquim Pedro de Andrade. Outras maneiras são diante de um Brecheret, um Botero, um Vermeer ou Di Cavalcanti.
O fato é que o engenho da vida é evanescente, mas a arte aprofunda os campos sensoriais. Essa experiência com o cosmo, de completa aliteração, é que nos permite enxergar a vida não como uma vitrine esquisitóide e compartimentada. Ela deixa uma outra evasão, permitindo-nos enxergar a vida com os olhos da desrazão, onde pulsa uma infinita vontade de prosseguir, independendo das máculas que o cotidiano gera em nossas peles tão frágeis.
O fato é que gosto dela. Tem lá seu encanto num canteiro central onde algumas árvores dezenárias, perfilam-se distraídas, num clima bem bucólico. A qualquer hora do dia e também à noite é possível ver caminhantes, corredores, ciclistas e cachorros concorrendo democraticamente ao seu ar tranquilo. Um cinto verde discreto na gordura cinzenta dessa metrópole.
Passei por ela anteontem cedo, de ônibus, bem rápido. Não sei bem o que me faz sentir-se tão anelado a ela. Será o fato de ligar duas grandes paixões minhas, a boêmia Vila Madalena ao Parque Antárctica? Ou pelo fato de já ter ficado horas a fio em papao descontraído tomando cerveja lá no Jucalemão, com o Levi, antigo parceiro de trabalho e copo? Não sei.
O fato é que desenlaçou um nó em mim o passar por ela nessa manhã ensolarada de uma primavera nascente. Às vezes, sinto uma angústia feliz, bem roseana, quando desfruto dessa condição de vivenciar algo que me entorpece, me transporta para uma dimensão meio inexata, complexa, bem contundente de ser experimentada. Pode ser na leitura de um poema, ouvindo Wagner ou Bethoveen, Miles Davis ou Djavan, Sacha Arcanjo ou Carla Bley. Também acontece de me acometer no meio de um Akira Kurosawa, David Lynch, Fellini ou Joaquim Pedro de Andrade. Outras maneiras são diante de um Brecheret, um Botero, um Vermeer ou Di Cavalcanti.
O fato é que o engenho da vida é evanescente, mas a arte aprofunda os campos sensoriais. Essa experiência com o cosmo, de completa aliteração, é que nos permite enxergar a vida não como uma vitrine esquisitóide e compartimentada. Ela deixa uma outra evasão, permitindo-nos enxergar a vida com os olhos da desrazão, onde pulsa uma infinita vontade de prosseguir, independendo das máculas que o cotidiano gera em nossas peles tão frágeis.