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19.2.13

Universo, universo, Poesia, poesia




Folheio a Folha do último sábado, dia 16. Dou de cara com a coluna do Marcelo Gleiser, físico que admiro muito, não sei se por escrever bem, traduzindo para uma linguagem "mais humana" e menos pedante temerosas questões fadadas ao tecnicismo científico, ou talvez porque o cara pareça bom mesmo naquilo que faz.
O texto, "Universo ou universo?", de sua autoria, traz uma discussão um tanto sem sabor, pra falar a verdade. Questiona, por que determinadas pessoas (jornalistas, por exemplo), às vezes escrevem "universo" com "U" maiúsculo e, em outras tantas, em minúsculo? A explicação do Gleiser é pertinente e interessante (ainda que eu pense - um pouco - "ao contrário"), mas, mesmo assim chamou-me a atenção a ideia de universos (mais de um, muitos, infinitos e dispersos, só pra forçar uma rima básica aqui, e porque a minha ideia de universo aqui se compactua com a dele, a de que há vários), e que ele, poeticamente, chama de multiversos.
Justamente aí o texto me ganhou. Adoro descobrir versos em hora prosaica. Uma simples palavra - poesia - delineou um campo imagético para o qual dou suspiros a torto e a direito: Poesia.  Ah, Poesia! Ave, Poesia!
Penso aliás, que não entendemos, muitas das vezes, poesia em si. Calma, calma, calma, que explico melhor: poesia, em meu rude entendimento, às vezes pode estar numa única palavra, um flagrante exclusivo, um mergulho inédito. Acho que esse talvez seja o grande débito dos "versejadores" do mundo contemporâneo com a fatura que um poema requer: a sublimação não contida, fruição que não se interrompe, uma efêmera visão do Paraíso, a gota da mais inebriante das bebidas jamais desgutadas em qualquer tempo e sob qualquer circunstância.
Legislo: a Poesia já está contida, de cara, na própria palavra "poesia": sonora, incontinenti, rítimica, vivaz...
A palavra Poesia é, sozinha, pura poesia.


Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/1231779-universo-ou-universo.shtml

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