sete da manhã
desabraço a solidão
levanto, pego sua mão
passeio pela casa
levo ela ao banheiro
dou descarga na contramão
e fica combinado assim
à noite ela me leva pra passear
de dia trago ela pra me fazer companhia
eu e a solidão
fizemos juras de felicidades
prometemos guardar uma à outra
manter contato, ligar de vez em quando
dar comprimido e xarope
levar ao show, ao teatro,
rirmos em algum circo
viajar juntas pros istêitis
agasalharmos nas noites frias
andar de mãos dadas na praia
ela, falsa magra
eu, falso feliz
solícita, a solidão dá a mão
abraça sem calor
e faz companhia, até que a morte una
e tudo se torne nada