Gosto de ler “coisas” que me prendem; que me levam aos lugares, que até me faz sentir...
Escobar Franelas é sofisticadamente simples ao escrever, incrivelmente rico em detalhes e absolutamente ciente das palavras que usa. (e nesse caso o “ente” significa muito)
O texto é bem tecido equilibrando-se na linha tênue da realidade e dos sonhos, das ações e dos pensamentos, das sensações de prazeres e medos...
O autor mergulha ao construir os personagens, e sem perder o fio da meada na transição da realidade para o devaneio, ele colore sua obra; usa um toque sutil no contexto político, pincela a esperança na sociedade e na família, negrita a cultura, a divisão que poder financeiro causa e em vermelho os rasgos que a violência faz; sangra carnes e almas.
E bem no meio da violência ele consegue dar um “tom maior”: de poesia.
Antes de evanescer impressiona... Um romance cotidiano, pessoas normais, jovens se descobrindo na vida, nos sentimentos, no sexo...
E a brutalidade está à espreita, antes mesmo da esquina, para todos.
Raquel Ordones |
| Foto: reprodução do Facebook da autora |
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