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16.10.08

Como Entender os Filhos

Não sabia o que escrever mas sabia que tinha que escrever. Ficar muitos dias sem aparecer na cara da net pode parecer falta de responsabilidade, talento mal aproveitado, conversa mole de botequim, sei lá!

O fato é que estava procurando um fato novo. Dizem que todo cronista passa por essa dor-de-barriga quase sempre, a falta de assunto. Diria, aliás, o contrário: excesso de assunto. Pois está aí a crise mundial do dinheiro atrapalhando os planos de Lula de nadar no mar negro e sem ondas do pré-sal; tem o caso sem fim do Iraque, um novo Vietnã inventado pelo bush (perdoem-me, mas perdi o respeito por ele de tal forma, que escrever o nome dele com maiúscula é dar um deferimento que aquele cidadão (cidadão?!) não merece). Temos litros e litros de bate-papo sobre essa guerra chinfrinzinha entre o Kassab e a Marta. Tomaria umas boas biritas sinucando e filosofando sobre como seria o governo Gabeira no Rio. Seria, pois ele prefeito da Cidade Maravilhosa e Obama no comando do estados do norte da América, só vou acreditar a posteriori. Por enquanto.... Aliás, essa seria uma outra crônica interessante: digredir sobre essa (boa)novidade, o Obama; afinal, a utopia não pode acabar, certo? Principalmente, em se tratando de política quentinha vinda dos States.
E a seleçoca do Dunga, hein? Excelente para condimentar um papinho regado a cerveja, uísque ou conhaque, num final de tarde de sexta, ouvindo batuque nas mesas e vendo desfile de beldades num barzinho qualquer da Vila Madalena, do Bixiga, do Tatuapé, em qualquer lugar.
Uma outra crônica, falar desse demente que faz dois dias mantém uma ex-namorada presa no apartamento em Santo André. Qual é o nome do moleque? O da menina é Eloá, gravei bem; lembra a senhora Jânio Quadros. Será que foi o pai da garota que deu esse nome a ela? Culto à vassourinha janista? Se for, azar duplo dessa menina; ter uma pai retrô e um fã doido total.
Fiquei vendo uma foto dela hoje no jornal, o flagrante de um grito à janela na tarde de ontem, e me peguei refletindo sobre a idiotice da posse. Ainda tem gente que acredita que a conquista do amor pode ser pela força. Que força, cacete? Amor é uma conquista de todo dia. Ou ele acredita que depois de apontar uma arma pra ela, o caso ficaria resolvido e ela se descobriria apaixonada novamente, e viveriam juntos até o "final feliz"? Ao contrário do que nos faz crer o pensamento coletivo popular, são os homens que têm uma certa facilidade em acreditar em historinhas da carochinha, comp príncipes, dragões, carrruagens e princesas. Na maioria das vezes, porém, agem como sapos.

Voltando à estaca zero, estava sofismando sobre o que escrever. como escrever. Se escrever. Tranquei-me por algum tempo ouvindo Beatles ("Abbey Road"), e depois Mahler (1ª e 4ª Sinfornias"). Na meditação, acabei por desistir e fui fuçar os rascunhos pra ver se tinha algo que fosse o start de um texto. Definitivamente, hoje não.

Resolvi então escrever sobre meus filhos. Tenho dois de um casamento estável, e o maior, aos 13 anos, está ganhando abraçando uma "independência" que não sabe se existe, nem onde está, tampouco como usar. Mas agora vejo que já é tarde, e isso vai ter que virar outro texto.

E o que vocês estão lendo fica sendo o rascunho sobre a impotência do homem diante da falta de inspiração. Transpiração ajuda, mas, sozinha, soçobra.
(Só para informação, eu não bebo nada alcoólico, tá? As citações etílicas são só pra estilizar o texto)

Um comentário:

Alessandra Espínola disse...

Texto incrível, aplusos para o cronista !