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23.5.19

Um textículo: "corpo a oco"


o vazio carrega barulhos
embrulhados em silêncio

a morte embaralha as vidas
que chegam aos montes
é solidão o seu serviço braçal 
nada fazer, esperar, esperar
esperar acontecer  

o sol abraça o ar
o frio veste o vento
a luz beija a lua
tanto faz
importa essa dança de nada com nada
no nada

o corpo dessa abstração
desenha fantasias ao andar
corpo, alma, as mãos dadas
como, aliás, toda imagem que se deforma
quando se forma

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