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17.6.19

Um textículo: "as 1001 noites poéticas"


Houve um céu cor de cobre
e fagulhas de ouro incendiavam o mar
nele havia nuvens céleres
cristais de luz rasgavam a pele do dia

Houve uma certa cor de chumbo
nuvens vigilantes vergavam seus corpos
contra a terra seca
o eco do vento mimava meus ouvidos hibernados

Teve mais: uma certa cor - 
entre o ouro e a prata
cor de alma comovida
cor de fonte saciada
de alma enamorada
de corpo extasiado - 
ilustrava as horas todas

essa cor esmaecida
entre o dia de todo ido
e a noite não chegada
irradiada na nostalgia
essa cor esmaltada
pousou nos galhos da memória
e contou tantas histórias

que adormeceu gente
acordou criança 

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