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19.7.19

Um textículo: "borracha"


acho que a beleza da poesia
da vida, das coisas todas que estão por aí
vem do esquecimento
de um fragmento que se perde 
e nos deixa à solta, figuras atônitas
tentando desvendar os mistérios
dessa miséria vã

acho também que a grandeza desse ato
só não é maior que as lembranças
que são longos tapetes escuros
por onde depois desfilarão as memórias
recuperadas 

acho mais, que a atmosfera que permanece
como o vulto de um fantasma
é a forma mais sincera de nossas projeções
cujo conteúdo retroalimenta 
essa intermitência entre o lápis e a borracha

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