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14.2.18

Um textículo: "em novembro, o natal parece longe"


às vezes fico pensando
nessa poeira quente da estrada 
quase delirando sob a vertigem 
das lembranças de coisas 
que nunca passam
das coisas que já passaram
e das coisas que estão por aí

tudo parece igual 
nada é igual
tudo é indiferente: 
o tempo a distância as pessoas
que parecem normais

em outubro eu já tô esperando 
as férias de janeiro
mas antes tempos que superar
as perdas de novembro e dezembro
antes temos que remover
as pedras de novembro e dezembro

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