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7.4.19

Um textículo: "a mão direita"


o cão vem
passa seu cucuruto em minha mão 
in a d vertida

o papel re
bola
de
baixo dos dedos céleres

antes, outros papéis - cumprindo outros papéis
(a vida
assim exige)
embolaram - antes mesmo de embolorarem -
bem antes de lançarem-se ao cesto
certeiros

a caneta continua ali
sem sair do abraço dos dedos

as páginas reviradas do livro
brigam
só para estar mais próximas das falanges

e os jornais que, desavergonhados,
querem o tato, os olhos, o colo todo?

a bala desembala-se, fica nua
só pra sentir o toque 
antes do mergulho na boca

por último, por primeiro (pouco importa a ordem!)
só o dinheiro, tímido
insiste em não estar, em desestar, mesmo estando
enquanto as unhas - unhas são os olhos dos dedos,
as portas dos dedos, as cercas dos dedos -
seguem as cifras desiguais, no bolso

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