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27.1.09

DILEMAS DO HOMEM DE 4O

Consultório de urologia, primeira consulta, recepção: eu e mais cinco, só cueca. Pelas minhas contas, só um é mais novo, os outros estão à frente.
O médico me olha, faz perguntas mas não espera respostas. ELE DÁ AS RESPOSTAS. Será pela fila enorme lá embaixo? Informo que meu histórico é um tanto letal, o pai já teve e foi operado. Dois tios (irmãos dele), já faleceram em decorrência...
"Vamos ver", ele sentencia.
"Vamos ver? Já?", gaguejo.
Ele ri, deduz meu medo. "Vamos fazer alguns exames e ver como você está. Passa lá na recepção, marca as datas, e depois que tudo estiver pronto, você me retorna, certo?" E esticou-me a mão: "Passar bem".

Exames exames exames exames...

Consultório de urologia, segunda consulta, 45 dias depois, recepção: cinco homens, duas mulheres. Dois são mais novos que eu, seguramente. E as duas mulheres também, uma delas com no máximo 20 anos.
Penso: com 20 anos, só ia ao médico ou para socorrer alguém ou quando quebrava alguma coisa. Como só destronquei um dedo uma vez jogando bola (É, fui - sou? - bom goleiro, apesar da altura), minha contabilidade médica de vinte anos atrás é quase nula.
O doutor me cumprimenta, está mais - como direi? - efusivo? Aquiescente? "Amigo"?
"Vamos ver como estão esses papéis...", e vai rasgando lacres, tirando clipes, anotando detalhes com inconfundível hieróglifo que nem farmacêutico entende.
Eu, suando frio, estático, pensando no "tal exame", o terror de todo homem de meia-idade. Será que não basta a coleta de sangue? E o ultrassom? Gente, com tanta tecnologia, será que é mesmo necessário fazer "o toque"?
Os 4 ou 5 minutinhos que passei foram de terror absoluto. O doutor, usando de sua vaselina verborrágica, insistindo numa conversa que não lembro nada. Eu, de meu lado, bolsa enterrada no colo, acompanhando a sua leitura rápida de todos os diagnósticos.
Por fim, a sentença final, "você não tem absolutamente nada, está ótimo". Ufa! Eu já sabia!
Ameacei levantar. Ele também. "Agora vamos até aquela sala, onde o senhor vai baixar a calça e a cueca até os tornozelos".

13.1.09

Níver

Há 96 anos, numa ensolarada Mondovi, em solo argelino, nascia aquele que seria considerado "a conscência de sua geração", Albert Camus.

Justificativa

Há muito que tento dar conta de toda minha vida pessoal e os inúmeros trabalhos na internet. Mas tenho que aprender que realmente não consigo dar conta de tudo da forma como gostaria: com conteúdo, qualidade, argúcia e isenção.

Então, pelo menos por ora, volto a utilizar este espaço apenas para postar fotos e/ou pequenos comentários. Tudo o que for texto melhor elaborado vai ficar para leitura no meu www.recantodasletras.com.br/autores/escobarfranelas

Obrigado pela compreensão e aguardo comentários.
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8.1.09

Férias (?!)

Ainda estou no www.recantodasletras.com.br/autores/escobarfranelas tomando café, jogando dominó e conversa fora. Se alguém quiser me encontrar, vá lá.

Quando as chuva passá e o carro desenlameá, volto para este sítio.