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28.9.12

Entrevista: Juli Lima, poeta - RJ



Foi aqui mesmo, navegando pelo mundo internético, que há alguns anos atrás descobri essa fonte, esse oásis chamado Juli Lima. Impregnada de poesia em cada gesto ou palavra, depois de muito trocarmos carinhos, afagos e impressões - sempre na condição virtual - convidei-a para um bate-papo com chá, suco, bolachas e cookies. O resultado dessa interação vocês lerão a seguir. Boa degustação!
1) Quem é Juli Lima?
Resposta: Sentimentos...
Desejos e sonhos...
Traduzidos em letras?

Alma errante...
Desafiada pela vida...
Uma eterna aprendiz!

Um ser “buscante” do próprio “EU”...

Da Natureza e do Ser Humano, amante!

2) Juli, como e quando a palavra se manifestou em sua vida?
R: E a PALAVRA se manifestou... [em 2005]

Rompendo barreiras e abismos...
Vindo das entranhas...
Náufraga da crise!

Do desafio...
Fecundadas letras...
Deram almas a sentimentos!

Gritos silentes de socorro...

Em prosas e versos!

3) Você tem algum trabalho lançado? Quais?
R: TRABALHOS...  [Sonhos em Letras...]

Um Presente para Você (2008)...
[Em parceria: Eliana Santana e Rogério Miranda]
Palavras Verdes (Antologia/2008) [Autores Diversos]...

Sensibilidade a quatro mãos (2009)...
[Outra parceria memorial: Leonilce Herculano,
Maria Aparecida Giacomini Dóro e Marúcia Herculano]

Pensentires (2010)... [ “Livro Solo”...]

E Antologia em Verso e Prosa (2012) [No prelo!]

4) Seus trabalhos, na maioria das vezes, evocam uma contemplação do belo, mas em muitos momentos revelam uma indignação. Quais as situações do cotidiano que "convocam" você a escrever?
R: COTIDIANO... [Fiat Lux da Poesia]

O desrespeito e as agressões
À Natureza e ao Homem...
Causas sociais!

O desamor...
A insensibilidade...
A falta de ética e a omissão...

A “ausência” da “humanidade” no ser...

Os abusos e a covardia com a vida e a nação!

5) Quem (ou o quê) serve de inspiração para você?
R: E de onde vem a INSPIRAÇÃO?

De dentro e de fora...
Do belo e do “feio”...
Do mal e do bem!

Dos atos e sonhos...
Dos exemplos...
Das lições!

Da necessidade de defender a vida...

Do amor e da fome de justiça!

6) Quais os autores que você mais gosta ou lê?
R: Meus “CLÁSSICOS”...

Encanto-me com pensadores...
Sócrates... Platão...
Confúcio!

Dialogo com os estudiosos da alma...
Freud, Jung, Rogers e Tomas de Aquino...
Estou aprendendo com Piaget, Vygotsky e Freire!

André Luiz, Bezerra de Menezes, Hermínio Miranda...

Manoel P. Miranda descortinam-me a vida além da vida!

7) Como você enxerga o diálogo entre a poesia e o mundo cibernético mas fragmentado de hoje?
R: DIALOGISMO da Poesia e o Mundo CIBERNÉTICO

A Concretude do mundo...
Não o impermeabiliza...
A poesia adentra!

Ela “vivifica” o mundo...
Faz-se essência...
Liga e ponte!

A “voz” da poesia se propaga pelo universo...

Instiga o dialogismo e a polifonia entre “abstrato” e ”concreto”!

8) Quais são seus panos imediatos? Algum livro novo em mente?
R: PLANOS imediatos...

De concreto...
A luta pela defesa da vida...
E pela preservação da Natureza!

Mobilização...
Pelas causas sociais
E contra a corrupção!

Fazer das letras grito de indignação...

E veiculo sensibilizador para a justiça e o bem!
* Mais de Juli Lima em http://www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=3184
fotos e artes (arquivo pessoal Juli Lima)

25.9.12

Arte é a vida

"Arte é a vida". 
Foi essa a discussão que alimentei ontem. Conversa regada a cerveja para alguns, vinho para outros, café e água com gás para mim. Um discussão tola, reconheço, mas necessária.
As pessoas que cresceram com a ideia de que a arte é um elã sublime, cuja vocação é santa e está à revelia do homem, e que justificam que é obra artística apenas aquilo que é "belo" e está em algum lugar esperando uma contemplação, sinto muito, a arte já ultrapassou essa condição faz tempo. Cem anos, no mínimo.
"Arte é a vida".
Por exercício da arte, entendo a vida se completando indefinidamente, infinatamente, sob a magia da dúvida, da espera, da memória. "A arte é  o que faz a vida mais interessante do que a arte", estabeleceu Fillou, e eu concordo com ele. Definimos um continuum em que uma "existe" na outra e juntas tornam crível a possibilidade mágica da experiência humana. Sem credos, sem hierarquias, sem relações de poder, apenas a vida, pulsando de forma vibrátil pela sua própria condição orgânica.
"Arte é a vida".
Pois um poema não é uma obra de poucos afetados. Um poema compõe-se de tudo o que é possível apreender em seu corpo-palavra.  Um poema não é para distanciar o poeta do leitor. Um poema é para aproximar as pessoas, para ligar o homem ao infinito, para estabelecer uma relação mais prazerosa entre o indivíduo e a Gaia. Um poema não é uma obra final com início, meio e fim. Um poema é feito todo dia, de várias maneiras. E é passível de ser vivido (e até "lido"!) a qualquer momento, em qualquer lugar. O poema - definitivametne - não está na folha de papel, ele está no sorriso de uma criança, na memória de um ancião, na cascata que prisma a luz do sol, no barulho do vento, no trinar do pássaro livre e até no canto fúnebre que entoamos a um ente querido que cumpriu sua parte no grande projeto. 

22.9.12

Níver de um irmão

Foi por volta de 86, 87 que conheci o Giba. Muitas cervejas juntos, bilhar, rolês & baladas, ele sempre quieto, "na dele", a timidez sutil e um sorriso discreto que a mulherada sempre adorou. Por circunstâncias inexplicadas ou afinidade profissional, trabalhamos juntos em 4 empresas diferentes. O que fortificou ainda mais a amizade, que ficou sólida como cimento, de irmãos, de mais-que-irmãos. Casou-se com outra dádiva em minha vida, a Tati. Juntos, deram-me um terceiro presente: Suke
Hoje, no seu aniversário, quero cumprimentá-lo e dizer que você é muito importante em nossas vidas. Um brinde: tim-tim!
João, Giba e eu, em casa, entre natal e ano-novo de 2011 (foto de quem mesmo?)

14.9.12

Um poemeu: "Todo dia nasce mulher"

todo dia nasce mulher
e nem criança é
nem varão nem escultura
todo dia nasce poesia
e o sol, com seus raios
de mulher, irradia
uma chuva prenhe de
sementes e sentimentos
toda poesia já nasce mulher
filha e mãe, em rudimentos
com seiva e sol
toda mulher nasce poesia
e desejá-la, e vivê-la
é o afã de todo dia

11.9.12

Um poemeu: "Antipoema número enésimo"

rearranjar pound
preciso
como uma bala
precisa
à caça da vida
de papel

repensar - talvez
até dispensar - drummond
recompor bandeira
certeiro
como um chute de zico
joão bosco em busca
da ode ao goleiro

e recompor por bandeira
volpi e suas bandeirinhas

refazer a secura de cabral
suas equações
as dúvidas de murilo 
(seu Verbo e Substantivo)
recantares de salomão
("-tua terra tem palmares,
onde canta o carcará!")
riscar esquadros
reacertar detalhes
reerrar

5.9.12

Um poemeu: "Vinte anos - a idade"

o que é que te machuca?
este sêmen ao vértice das pernas?
esse "te amo" engolido engasgando?
minha franqueza áspera?
minhas fraquezas ásperas?
sono? ressentimento?
o descanso dominical?
semblante enrugado?
letargia? tédio? críticas?
descaso? informalidade?
moda? sonho?
apocalipse?
tara?
morte? nada?

isso tudo?

meus amigos, né?
meu álcool?
ah... justamente meu álcool...

por que não vais embora?

(SP: hardrockcorenroll, 1998, p. 68)

3.9.12

Jocélio Amaro, "acústico", na Casa de Farinha

Foi lindo pra caramba. Com a simplicidade, o carisma e a "socialização do palco", que são alguns dos elementos que norteiam sua carreira - além do talento, claro! - Jocélio Amaro lançou novo cd no último sábado, 1º de setembro, no aconchegante palco da Casa de Farinha, em São Miguel, zona leste da Sampalândia.
O novo trabalho, batizado de "Acústico" é um breque na carreira de compositor. Jocélio partiu agora para buscar suas reminiscências juvenis no interior na Paraíba natal, lembrar as músicas que faziam sua cabeça na adolescência e juventude. Regravou-as, com a candura e a dolência que são peculiares em sua voz.
 Movido por sua simpática noção de cortesia no palco, Jocélio convidou uma trupe para abrir e interagir com seu show. E mesmo os desavisados, como eu, foram amealhados para subir ao microfone e dar um recadinho para a simpática plateia que encheu a Casa de Farinha. Assim, um a um, fomos eu, Gilberto Braz, Akira Yamasaki, Sacha Arcanjo, Zulu de Arrebatá, Beto Rios, Lika Rosa, Pérola Negra e outros, acompanhá-lo em seu espaço lúdico. Acompanhado de Célio Sousa e Tony Marshall nos violões, Jocélio entornou o caldo e desfilou Belchior, Fernando Mendes, Peninha e outros, além de recorrer à dor de cotovelo de seu repertório próprio.
Mas Jocélio não ficou só nisso. Sua práxis "comunista" é, também, uma prática musical. E tome então a visceral "América Católica", seu maior sucesso, para fechar o show para uma noite estrelada, de lua cheia, calorosa, com direito até a um "Parabéns pra você" para o anfitrião da casa (Xavier bateu na casa dos 46).