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30.11.18

Meu filme na programação do Sesc Itaquera

Amanhã, 1º de dezembro, o documentário "São Miguel - Destino: Movimento Popular de Arte", será exibido às 13h no Sesc Itaquera. O filme de 54 minutos, que dirigi e produzi em parceria com o coletivo Lentes Periféricas e a produtora DMK+G, fala da trajetória do Movimento Popular de Arte  (MPA), que neste ano está celebrando 40 anos de agitação cultural e artística na região de São Miguel, zona leste da cidade de Sampalândia.
Logo após a exibição do filme, haverá uma roda de conversa com a participação de Eliana Mara, poeta e pesquisadora e fundadora do MPA e Gilberto Nascimento, jornalista também egresso do MPA e que foi o primeiro a estudar o fenômeno de forma mais sistemática.

https://www.sescsp.org.br/programacao/174615_SAO+MIGUEL+DESTINO+MOVIMENTO+POPULAR+DE+ARTE
"O documentário, com base em 27 depoimentos inéditos, fotos e vídeos, retrata aquele que é considerado por muitos como o primeiro movimento cultural organizado na cidade de São Paulo, surgido em dezembro de 1978: o Movimento Popular de Arte. Com 54 minutos de duração, o filme contribuiu para o entendimento do contexto histórico de um Brasil que tateava em busca de redemocratização em seus aspectos políticos, sociais, econômicos, culturais e artísticos.

Em quase 50 horas de gravação, o filme recupera o contexto local, a importância da Capela Histórica (1622), na Praça do Forró, a contextualização do fazer arte independente num circuito periférico, o sistema de autogestão para projetos como a Casa do MPA e o Circo MPA (de 1985, que recebeu artistas como Tom Zé, Inezita Barroso, Belchior, Walter Franco, Zé Geraldo e Tetê Espíndola, entre outros), além do legado que deixou para as gerações seguintes.
Local: Espaço de Tecnologias e Artes 
O MPA nasceu dentro do período em que a ditadura militar ainda imperava no Brasil, e mesmo assim propôs um inédito ativismo cultural em todas as linguagens artísticas, dando voz e vez para que artistas locais pudessem apresentar-se como criadores de seu próprio saber, em seu espaço e tempo. Ao mesmo tempo, o grupo trabalhou intensamente na formação de público para estes artistas e pensadores locais. Para tanto, foram criados diversos mecanismos de interlocução com outros movimentos sociais organizados, como os movimentos de luta por moradia e saúde, além de sindicatos, escolas, universidades, grupos de teatros e outros movimentos culturais organizados e setores progressistas da igreja católica.

Escobar Franelas é cineasta, escritor e educador. Formado em História, tem 4 livros lançados. Há trinta anos trabalha com produção audiovisual, tendo roteirizado, produzido e dirigido filmes em diversos formatos e gêneros. É um dos gestores da Casa Amarela - Espaço Cultural, em São Miguel Paulista. Faz parte do coletivo de audiovisual Lentes Periféricas e é um dos organizadores da mostra de cinema Curta Suzano."

https://www.sescsp.org.br/programacao/174617_BATEPAPO+SAO+MIGUEL+DESTINO+MOVIMENTO+POPULAR+DE+ARTE
"Roda de conversa que celebra os 40 anos de existência do movimento que surgiu em São Paulo em 1978, sendo considerado por muitos estudiosos como o primeiro movimento cultural organizado na cidade, o Movimento Popular de Arte (MPA). O bate-papo é mediado pelo realizador do filme, o cineasta Escobar Franelas, e tem como convidados/as a educadora e poeta Elina Mara Chiossi e o jornalista Gilberto Nascimento.
Local: Espaço de Tecnologias e Artes 
O MPA nasceu dentro do período em que a ditadura militar ainda imperava no Brasil, e mesmo assim propôs um inédito ativismo cultural em todas as linguagens artísticas, dando voz e vez para que artistas locais pudessem apresentar-se como criadores de seu próprio saber, em seu espaço e tempo. Paralelamente, o grupo trabalhou intensamente na formação de público para estes artistas e pensadores locais. Para tanto, foram criados diversos mecanismos de interlocução com outros movimentos sociais organizados, como os movimentos de luta por moradia e saúde, além de sindicatos, escolas, universidades, grupos de teatros e outros movimentos culturais organizados e setores progressistas da igreja católica.
Escobar Franelas é cineasta, escritor e educador. Formado em História, tem quatro livros lançados. Há trinta anos trabalha com produção audiovisual, tendo roteirizado, produzido e dirigido filmes em diversos formatos e gêneros. É um dos gestores da Casa Amarela - Espaço Cultural, em São Miguel Paulista. Faz parte do coletivo de audiovisual Lentes Periféricas e é um dos organizadores da mostra de cinema Curta Suzano.
Eliana Mara é escritora, compositora, roteirista, crítica literária e professora. Doutora em Letras, com ênfase em Estudos Culturais e Escrita Criativa. Autora de Fábulas Delicadas (2009), também atua com mentoria e assessoria na área de Comunicação e Expressão. É colunista do jornal A Voz da Favela. Integrou o Movimento Popular de Arte desde o início. Atualmente mora no Rio de Janeiro.
Gilberto Nascimento é jornalista especializado em Direitos Humanos pela Universidade Columbia. Trabalhou nos principais veículos de comunicação do País: Folha de S. Paulo, Estadão, O Globo, Jornal do Brasil, Istoé, Carta Capital, TV Record e Correio Braziliense. Foi oficial de comunicação do Unicef e fez parte do Movimento Popular de Arte (MPA) na década de 1980."

27.11.18

Resenha - livro: "Kanova e o segredo da caveira" (Pedro Pereira Lopes)

Baseado em um antigo conto africano cujo enredo é uma ode à prudência, Kanova  e o Segredo da Caveira, de Pedro Pereira Lopes, refaz o percurso narrativo da lenda tradicional. Porém, a maior virtude do texto de Lopes vem da ousadia deste autor moçambicano em transformar o conto mitológico "O rapaz e a caveira" em uma fábula contextualizada aos dias atuais.
Por ser uma história dedicada ao público infanto-juvenil, a audácia do autor pela renovação do enredo estabelece uma ruptura. O tópos da narração deixa de lado "a lição de moral" trágica (o herói da narrativa morria ao fim da história original). Na transcriação de Lopes, a saga desse (anti?) herói é consagrada com a vitória (a preservação da vida), após o longo martírio.
O enredo, já tantas vezes repetido, fala de um rapaz que sai à procura de materiais diferentes  para fazer uma nova coroa para seu mambo (rei), que é muito vaidoso. Em sua peregrinação, ele se depara uma caveira falante, conversam bastante e ela o ajuda a conseguir os itens ideais para ornamentar o rei. Na volta, ele é recebido com pompas por ter encontrado as peças que agradaram ao seu soberano, mas acaba comentando de forma imprudente sobre o encontro com a caveira, traindo o pacto feito com ela. A partir daí, todos duvidam de sua história, que lhes parece fantasiosa demais. Ele chega a ser ameçado de morte, quando então a caveira o socorre novamente e todos passam a acreditar nele, fazendo com que sua vida mude de forma incontestável.
Ilustrada com a vibrante paleta de cores de Walter Zand, a narrativa do autor arrisca com audácia ao burilar a tradição estabelecida, para daí  extrair formas inéditas de diálogo com o presente. Como elemento dinâmico que é, a linguagem - e, por conseguinte, as histórias - são constantemente reelaboradas para dar voz e vez aos novos paradigmas que surgem. Por isso mesmo são adaptadas pelo engenho humano a cada vez que são recontadas.
Pedro Pereira Lopes, apesar de jovem, é um veterano das letras moçambicanas, com livros lançados quase anualmente desde 2012. É tambem professor, pesquisador, contador de histórias e poeta, criador da revista de literatura “Lidilisha” e do “Projecto Ler para Ser”. Ganhou os prêmios Lusofonia (Trofa, 2010), Maria Odete de Jesus (Maputo, 2016) e o Eugénio Lisboa (Maputo, 2017). além de diversas menções honrosas.

Serviço:
Título: Kanova e o segredo da caveira (infantoio-juvenil)
Autor: Pedro Pereira Lopes
ilustrações: Walter Zand
páginas: 32
Série "Contos de Moçambique" - vol. 5
Editora: EPM/CELP (Moçambique) / Kapulana (Brasil), 2017






25.11.18

Um textículo: "multi"



o brasil
nega
o brasil
nega ao brasil
o direitos aos brasis

regra:
o brasil
negro brasil
nega ao brasil
o direito de ser
negro

negar é fácil
difícil é ser-brasil

23.11.18

João Timane em Sampalândia

João Timane e eu em Monteiro Lobato. Foto de Beth

Um dos grandes nomes das artes moçambicana deste século, o jovem João Timane esteve em São Paulo para diversas atividades, como encontros, apresentações e exposições.  
Convidado pela Beth (editora do portal Entrementes, de São José dos Campos, e do qual sou colunista) para eventos no Vale do Paraíba, me comprometi com ambos de que o buscaria em Diadema (Grande São Paulo), na casa do artista angolano Paul Afonso Chavonga, onde Timane estava hospedado, para levá-lo a São José.  
Momento especial de minha vida: encontrar um artista que admiro à distância, poder abraçá-lo e trocar muitas ideias, informações e impressões, é um momento que esculpi no mármore da memória e envernizei com a afetividade deste dia auspicioso. Rodar com ele pela Ayrton Senna (antiga Trabalhadores) e a Dutra, ouvindo-o dissertar sobre sua vida em Moçambique, influências, amizades, gostos, exposições, vida política de lá e de cá e outros assuntos afins, foi de grande valia, um momento eternizado como suas melhores obras.
Para completar com "a cereja do bolo" deste encontro, chegamos a SJC, com a Beth - solícita e desprendida, como sempre - nos convidou para almoçarmos em Monteiro Lobato, cidade de ótimas lembranças, pelas diversas oportunidades que pude passear em suas ruas bucólicas na companhia do saudoso poeta e jornalista Dailor Varela. Lá, passeamos pela praça central, degustamos algumas iguarias locais e encontramos gente bonita de sorrisos acolhedores e palavras hospitaleiras. Mais momentos deliciantes para guardar na gaveta embelezada pelas cores das boas lembranças.  
Pelo meio da tarde, deixei-os, pois tinha compromisso em Sampalândia naquela mesma noite de 30 de outubro, uma das poucas mas memoráveis desse ano esquisito que estamos vivendo. Obrigado, Timane, por trazer cor, flor e calor a nós, nesse inverno social que estamos passando.

Mais sobre o artista visual João Timane: https://www.facebook.com/joao.timane
Sobre o Entrementes: https://entrementes.com.br/category/colunistas/escobar-franelas/

João Timane e Beth, em Monteiro Lobato. Foto EF


Um texticulozinho: "dádiva - II"


nem tudo que se escreve é literatura
mas tudo o que se vê, sente, ouve
é leitura
do mundo
das coisas
das pessoas
da vida

16.11.18

LiteRaizes - Roda de conversa sobre literatura


Foi com prazer e até uma certa vaidade que aceitei o convite para participar de uma das rodas de conversa sobre literatura dentro do projeto LiteRaízes, coordenado pelo Tato Wellington, em Ferraz de Vasconcelos, região leste da Grande São Paulo. O evento, que neste ano está em sua segunda edição, ocorreu no dia 14 de novembro último, e tinha como tema "Escritor, um artista solidário". Os outros convidados para o debate foram Alessandro Buzo (escritor e cineasta do Itaim Paulista) e Alba Atroz (escritor e professor de Guaianases). Na abertura o violonista e artista plástico Jhonny Uriel (Poá), acompanhado do percussionista Gabriel Delfino, apresentou um panorama da produção musical regional, exibindo músicas de diversas autoras. 
Após essa introdução com a refinada petiscaria musical, o próprio Tato, mediador do evento, iniciou o debate. Fomos convidados a fazer um breve relato biográfico e a seguir respondemos às perguntas do público presente, curioso e arguto em suas considerações e questionamentos. 
Ao fim, Gabriel Delfino novamente voltou com sua percussão segura e dançante, dessa vez fazendo as honras para o poeta e artista plástico Hugo Paz, que apresentou performances baseadas em alguns poemas de sua autoria, que fazem referências e reverências à sua ancestralidade.
A noite mágica avançou rápida, quase aos saltos, tanto que quando nos demos conta, já passava das dez e ainda estávamos lá, curtindo a beleza do encontro, do abraço, da troca de ideias e experiências, (alguns) ganhando os livros que foram sorteados pela organização e o povo bacanudo da Casa de Cultura Raízes nos ofertando um luxuoso e quentíssimo caldo verde, a "cereja do bolo" de uma noite inesquecível 

Para quem quiser acompanhar o LiteRaizes: https://www.facebook.com/literaizes/

Para quem quiser contribuir como evento: https://www.kickante.com.br/campanhas/ii-literaizes?fbclid=IwAR2j1euDqIpE3QcUOEu8HdyKkrNE43SZhW0xAM8uIyQGhTYQw5dbtHv9W0k

Pra quem quiser conhecer a Casa de Cultura Raízes: R. Xingu, 112, Ferraz de Vasconcelos.

Fotos de Luz Retuert