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22.11.09

Pele Urbana - Doente

Um blefe: este instantâneo de uma pele urbana (parede), na realidade é um exemplar rural, vindo de Miracatu, interior (ma non troppo) de Sampalândia.
Reparem na densidade de contrários - preto vs. branco - e nas sutilezas das camadas de cinza, além das escamações e variedades de pigmentações.
Optei por fotografar com flash, por conta dessa "camuflagem" enevoada de luz, um brilho atípico que leva à ideia de um esparadrapo.
E curativo só se faz em pele doente, certo?

17.10.09

Vou escrever só de cabeça

É isso mesmo, vou escrever tudo de cabeça, confirme vi e senti. Noite de sexta, um friozinho londrino em Sampalândia, mas mesmo assim aboletei meus dois guris (Zuza e Preto) e mais um afilhado (Gugu) no carro, e tocamos pro Pacaembu. Iríamos ver Marta e cia. ensinar muito marmanjo (inclusive eu), como se joga futebol, com arte, malícia, virilidade (!!!) e maestria.
Vimos. E como vimos!...
As Sereias da Vila ganharam de 5 a zero do Formas Íntimas, que, salvo engano, é da Colômbia. Perdoem-me, quero manter essas linhas puras de magia e impuras de dados consistentes. Se tiver que consultar algo para confirmar dados, acho que vai perder esse fluxo de paixão que me sublima nesse exato momento. Aliás, já era pra estar dormindo. Tenho compromisso daqui a pouco, mas depois de fazer a gurizada deitar e dormir, decidi vir teclar meu estado de graça.
Pois ver Marta, Cristiane, Aline e as outras correndo, me faz pensar que talvez tenha sido realmente bom praqueles que viram Pelé, Garrincha, Rivelino e Ademir da Guia desfilando suas majestades pelos verdes campos dessa terra. Os tempos mudaram, contudo, e deixaram algumas xerox bem tiradas (Zico, Pelé, Maradona, (diversos) Ronaldos, Messi e Zidane), e outras nem tanto, bem mais borradas. Desconfio que "aqueles" outros tempos eram - digamos - mais "artísticos" e menos capitalísticos. Deve ser essa a explicação.
Pois hoje, vou falar a verdade, é chato pra caramba aturar galvões buenos, arnaldos césares e caios casagrandes explicando tintim por tintim de algo que é mais subjetivo que a própria abstração: a arte de jogar bola. Ficam horas rediscutindo se houve ou não um pênalti, enquanto que o coitado do juiz que errou lá no campo não teve o replay para tirar a dúvida. Esse mundinho politicamente correto mas incrivelmente poluído de patrocinadores é tremendamente chato.
Voltemos ao Pacaembu, onde pude curtir à vontade com a molecada cada drible cerebral de Magic Marta (o trocadilho surgiu agora, assim... de repente!, e refere-se mais ao astro do basquete estadunidense do que à nobre Paula, a quem também rendo loas, vá lá, que ela também merece), à capacidade da Cristiane de transformar qualquer jogada numa bela dança, à explosão da Aline quando parte em direção ao gol adversário, e a plasticidade de todas essas belas garotas desfilando charme, elegância e categoria no trato da bola.
O resultado foi justo? Ah, sei lá! Que importa? Foi 5 mas poderia ter sido 10 ou apenas uns dois. Daria na mesma, o jogo e as jogadas é que foram geniais; os gols, apenas consequência. Pra completar, acho que foram dois da Marta e três da Cristiane. Aliás, se o Pelé não secar muito, talvez a Cris também passe dos mil, né? Tomara...

14.10.09

Casa das Rosas - São Paulo




(Banheiro do Espaço Cultural Haroldo de Campos, a popular Casa das Rosas, onde cliquei sublimações poéticas haroldianas num momento de "estado de graça")


13.10.09

Dedilhando o ar

(A prática de ficar clicando todo e qualquer assunto, surpreende por deixar o olhar da gente muito sagaz. Estava em Itu, dia desses, casa de gente da família, quando tinha finalizado a nobre tarefa de dar banho em um ancião - meu avô materno, caso interesse saber - e, depois de mãos de borracha utilizadas no banho e na limpeza mais recôndita do bom velhinho, pendurei-as para secar e me vi surpreendido pela beleza da imagem delas ali, agora em repouso, recebendo entre seus artelhos vinis (e tão viris quanto fosse preciso na hora exata), as lufadas da brisa benfazeja dessa paradisíaca cidade)

5.10.09

Interagindo com Elvis

(Dia desses, circulando ali pelas bandas do Lgo. Arouche, centrão velho da Sampalândia, vi esse Elvis posterizado e quis clicá-lo. No momento do flagrante, um incauto dialogou com a gente criando um desconforto um tanto inusitado. O farol abriu e tive que ir embora com apenas essa cópia. Outro dia volto lá para outro registro)

20.9.09

Pele Urbana


Grafite na Paulista


"Once upon time", tenho o costume de andar com uma camerazinha compacta na mochila, para uns clics vagabundos e descompromissados por aí. Tem sido assim forevermente. Depois da chegada do celular, ficou tudo ainda mais fácil: posso fazer entrevista, clicar umas fotos e postar tudo na primeira lan-house que encontrar. E melhor, ainda ouvindo um sonzinho, tipo Belchior, Richard Wagner, Led Zeppelin, Roberto Carlos, Alanis Morisette, Racionais MC´s, Legião, U2, Morrissey, The Who, Telonious Monk, Escovinha Miliano, Tetê Espíndola, Sacha Arcanjo, Luiz Gonzaga, Raul Seixas, Gustav Mahler, Janis Joplin e muitos e muitas e tantos/tantas mais no fonezico de ouvido que carrego pra essas horas de precisão.

Pois bem, aí está mais um resultado dessas incursões de meus olhos pela Sampalândia. Essa foi logo depois que eu e a Raquel (musa desde sempre para sempre) assistimos "Desejo e Perigo" (Lust, Caution) do Ang Lee. Enquanto ela falava no orelhão, cliquei:

30.8.09

Capela de S. Miguel


Sábado rerretrasado (08/08) eu, a musa e as crianças fomos num casamento lá do outro lado da Sampalândia (Chácara Santana, zona sul), pertinho de onde ocorre toda quarta o "Sarau da Cooperifa", no Bar do Zé Batidão.
Pois bem, lá pelas tantas, eis o que encontro num dos cômodos do salão de festas: um nanquim sobre papel (acho que canson) da quase quadricenária Capela de São Miguel. Um quase fetiche meu. Meu celular 2.0 mp registrou para esse diário.

23.8.09

Teatro "Estão Voltando as Flores"

O que é melhor, ver uma boa estreia de teatro, conhecer o autor dessa mesma peça, ou descobrir que aquilo que você cultua na televisão (Grande Sertão: Veredas, no caso) tem a assinatura desse novo amigo?




Pois foi exatamente isso que me ocorreu há pouco. A Raquel ("musa desde sempre e até sempre"), a Tati, o Giba e eu fomos convidados pelo Chiquinho de Assis ("Quico", entre nós, seus amigos) para a ver o début no Teatro Sérgio Cardoso de "Estão Voltando as Flores", de José Antônio de Souza na noite passada. E o texto se revelou uma grande descoberta.


Como rezava a lenda que o romeu e julieta não shakesperiano fora ambientado à terra tupiniquim, lutei para não criar em mim expectativas sobre surpresas e superações, afinal estávamos diante de um ícone, Shakespeare, e erros crassos sempre permeiam aqueles que se aproximam de sua fortaleza solar. Mas confesso meu equívoco: estava diante de José Antônio de Souza, talento que se esgueira e espraia suas letras em todo lugar, livro, tv, cinema e teatro. E aonde põe a mão, faz arte, Arte.




O enredo trata do encontro (um encontro singular que se prolonga em longos plurais) de Nara (Mel Rabelo) e Miguel (Sérgio Carrera), que vestem-se de uma violência tão devoradora no coletivo que inconscientemente transformam um affair num jogo perigoso de descobertas metafísicas do amor. Falei difícil: na verdade o que eles vão fazendo, pouco a pouco, é descobrir que o medo tem lá suas querelinhas, mas a exuberância do jogo amoroso modifica pra sempre tanto o sedutor quanto o seduzido. Ela, Nara, tem medo do mistério. Ele, Miguel, tem medo de perguntas; ela, do silêncio dele, ele do histerismo dela; ela se joga no abismo de uma paixão, ele se atira contra a pedra no caminho. Para tanto, vivem, dançam e cantam seus personagens com igual sublimação, a estasia do fulgor amoroso.


O autor reserva então para o final uma tensão primária, seca e sem música, onde a conversa áspera dos dois parece levar para um sem-fim, quando então nos é ofertado o oásis da redenção. Superação dramática para uma tênue linha que separa Hollywood/Broadway do texto de autor.




O diálogo dos dois personagens é constante, breve, pulsante, "conversando" em leveza com a muiscalidade de Eric D´Ávila, João Paulo Soran e Vitor Morbin, que colocam ao vivo Adriana Calcanhoto e outros, para costurar na trilha sonora musical ao vivo aspectos cênicos acertadamente homogêneos. Junte-se a isso luz, vídeo e cenografia cleans e temos um espetáculo preciso, completo, fluido e caudaloso em seus múltiplos aspectos.




Pois bem, estreia é estreia, e depois foi aquele correr de abraços, apresentações pessoais, "parabéns!", trocas de cartões, impresssões e ideias, e enfim o Quico nos apresenta o diretor. Amizade não prevista, rápida, súbita, múltipla, explícita, expontânea e outras proparoxítonas mais não explicariam aqui a riqueza desse encontro. Descubro extasiado que textos fundamentais da tv que já vi, como as minisséries "Rabo de Saia", "Grande Sertão Veredas", "O Fim e o Princípio" e "Sai de Baixo", levam no roteiro a sua assinatura. Ouvimos suas digressões sobre a fundamentalidade da pesquisa, do estudo teatral, teorizamos todos a essência da criação, as verdades absolutas postas diante das verdades relativas, política, futebol, técnicas de iluminação, direção, montagem, sonorização e iluminação.


Zé Antonio sempre muito curioso da profissão e conhecimentos de cada um e cioso da responsabilidade de suas colocações. Uma profunda aula sobre instinto, intuição e razão, ainda passando por história e geografia.




Comemos ali por perto, numa pizzariazinha marromeno bem ao lado do teatro, enquanto a Festa de Nossa Senhora Achiropita corria solta a duas quadras dali. Nossas mulheres tinham querido estar lá, mas como deixar a mesa para ir para o frio invernal de Sampalândia, andar no meio da multidão pegando filas estratoféricas, e perder a oportunidade de um bate-papo quente, fraterno, rico, denso, frutífero, amigo? Sinceramente, não dava.




Semana que vem vou convidar alguns amigos para irmos nos deleitar com a peça e aí, sim, vamos nos reservar o direito de cirandar em tornos das delícias italianas ali pertinho, na rua 13 de Maio, bem no coração do Bixiga.



"Estão Voltando as Flores"
de José Antonio de Souza

com Sérgio Carrera e Mel Rabelo
direção José Antonio de Souza
músicos Eric D´Ávila / João Paulo Soran / Vitor Morbin
duração 70 min. (aprox.)
Produção Cia. Pompacômica

Teatro Sérgio Cardoso
Sala Paschoal Carlos Magno
Sextas 21:30h / Sáb. 21h / Domingos 19h
Sugestão de Idade 10 anos

R. Rui Barbosa, 153 - Bixiga - Bela Vista - S. Paulo - SP
(11) 3288 0136

16.8.09


Estação ferroviária Julio Prestes, Sampalândia. À direita, vai-se em direção à estação da Luz. À esquerda, vai-se em direção ao bairro Campos Elíseos.
(foto por celular 2.0)

A vida insiste...


Assassinada a facadas, dez/08


Renascimento, abr/09

9.8.09

Grafite - Teatro Municipal de S. Paulo


Este grafite está exposto numa placa de madeira usada como proteção na reforma do Teatro Municipal de São Paulo, SP. Ago/2009

Grafite no estúdio


Grafite em cores genuínas (vão me perdoando o quase monocromatismo, mas é que as fotos aqui são de celular 2.0. Então, já viu, né?...), na parede do estúdio do Giba (dmkstudio@bol.com.br) , em que ele presta devidas homenagens à sétima arte. O trabalho tem a assinatura do Delei (cadê você, cara? E o quarto do meu filho, vai ser pra quando?)