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28.7.07

OBTUSO

tão tonto fico
quando fico pronto
que fico em silêncio

(esse poema que não se acaba em mim)


filho das páginas de hardrockcoreNroll, 1998, Ed. Scortecci, SP

18.7.07

definitivamente...

conseguimos: demorou muito, passamos de pedro primeiro ao segundo, passamos por marechais, ditadores e tant´outros, mas ufa!, enfim conseguimos. CONSEGUIMOS PIORAR O BRASIL. Mas não digo isso de bobeira não, senhor! Falo com propriedade, com a propriedade científica de quem analisa detalhes com apuro técnico. Quer um exemplo? Que país do mundo você conhece que em vez de melhorar os trens , ônibus e metrôs, eles CONSEGUEM piorar os aviões e aeroportos? Bimba: só o Brasil pode exportar essa falta de respeito, esse "ser não importante" no atendimento da coisa humana: atraso, filas, descaso, falta de memória coletiva, retardo, bloqueio, cancelamento.
Agora tudo isso somado à falha técnica, à necessidade de urgência eleitoral e agrupeira, ao conceito da entrega pass-thru da coisa pública, à pressa fast-food. Só o Brasil permite que seus aviões derrapem na pista do carro, atropelem gente que nunca sequer sonhou em viajar em éirbuzz, e - pasmem! - só o Brasil consegue entender que qualquer medalha do Pan(pã?)pode ser mais importante que as centas pessoas que perderam a vida em frente ao aeroporto.

17.7.07

Dyrce Araújo

Estou com o livro "Sagrada Paixão" de Dyrce Araújo, às mãos.
Caudal, fresco e conciso, é quase uma profanidade de incensos sobejados à guisa de nosso olfato intelectualóide.
Vide "" Minha coragem / É nada mais / Que um medo suicida
à página 53, devidamente acomodado ao lado de um Boticelli marmóreo e transcendente.

Em "Crucis" Maria / De tantos nomes / Imaculada / Redentora / Aparecida / Qual é o tamanho / De tua dor / Diante da tua cruz?
temos um aprofundamento desse Sagrada Paixão aos intensos jogos verbais que nos traduzem mais que palavras ou sentimentos: trazem consigo todo o logos do mundo, repercutindo em nossa afetividade memorial.
Este livro(excelentemente bem acabado pela Escrituras Editora, SP - diga-se), traz um apelo de nova construção possível do mundo das afetividades. É possível, sim, viver o sagrado sem ser espiritualista demais. É possível ser profano sem radicalizações juvenis. É possível exercer o direito e o ofício do amar sem abater as asas do pássaro que voa dentro de nós e dos outros. E mais: é possível enternecer-se a não mais poder, e ainda assim, descobrir que o mistério do Amor é duradouro e profundo. Ao contrário do que nos dizem a avassaladora maioria em suas estéreis relações atuais.