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14.11.06

terminei

Finalizei a leitura do "ZEN E A ARTE DA MANUTENÇÃO DE MOTOCICLETAS", do Robert M. Pirsig. Como já previra, a leitura é bótima. O amigo que me indicara, o Michele A. Vartulli, tradutor, tomou um susto quando soube que a edição que li, a 13a., não tinha o posfácio, que ele lera no original. Providenciou então o tal posfácio e, juro!, as poucas páginas são tão surpreendentes quanto o próprio livro. Leiam!
O livro tem uma história pra lá de interessante, um total road-movie literário. Fala de filosofia sem ser didático demais. Fala de valores sem ser pedante. E tem um final inusitado.

26.10.06

enfim, uma minha

"SNIF"

talvez aquele poster na parede
diga mais que sua música
talvez a foto na gaveta
fale mais que a memória
talvez aquele sobretudo
aquela rosa murcha no vaso

mas você insiste nesse filme
do ano passado
nessas roupas amassadas
nesses locutor com voz
"morango e chocolate"

essa, inédita

23.10.06

ULISSES TAVARES

Poema lido e sampleado de uma mostra que tá rolando na "Casa das Rosas"(Av. Paulista, 37("II"), Sampa, SP)
"olhe de novo:
não existem brancos.
não existem amarelos
não existem negros.
Somos todos arco-íris"

ULISSES TAVARES em, "Caindo na Real", Editora Brasiliense, SP, 1984

EM TEMPO: estou lendo "Zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas", de Robert Pirsig, 잺13a잺. edição, Editora Paz e Terra, tradução de Celina CArdim Cavalcanti. O subtítulo dessa obra(soberba! - não há outro adjetivo! E olha que nem terminei a leitura, mas posso antever suas linhas finais - E NÃO SERÁ NADA DO QUE ESTOU PREVENDO!), é "Uma Investigação Sobre Valores". Por aí se vê que é redundância tentar explicar êxtases.

5.10.06

foto

http://www.recantodasletras.com.br/autores/efranelas1

AS CORES

"Foi um escândalo
quando o preto entrou no arco-íris

O branco
exaltou as diferenças
ao que o vermelho se irritou
e o amarelo disse:
- não tenho nada a ver com isso.

O verde vindo de outro planeta
ficou
sem entender o assunto.

CUTI, em "Cadernos Negros 9", SP, 1986

26.9.06

quem conta um conto?

Quem conta um conto? Guarda na carteira.
Quem dá um barão? Quem tem.
Quem empresta um aí? Aquele que possui.
Fico ruminando às vezes sobre a candidatura informal que os termos ganham com o passar dos anos. Na expectativa de que um desses atalhos me iluminem e dêem uma nova idéia para uma prosa rica e aprofundada, assento-me na esguelha de alguma luz que brotará do fundo desse túnel.
Enquanto isso, perco meu tempo escrevendo isso. Ou aquilo.

23.9.06

todotodo

Thursday, September 21, 2006
fazendo poesia
Tenho feito poesia desde menino. Conscientizei-mne cedo de que Deus tinha me fabricado sem muito esmero, e o adolescente aqui precisava conquistar as menininhas. Como não sabia dançar, cantava mal, era tímido, necas de desenho, bulhufas de tocar um violão, detive-me naquilo que sabia trabalhar com mais desenvoltura: estudo.
E olha que estudei pacas. Surgiram nessa época os primeiros versos oficiais, à namorada, ao time do coração, ao pai e à mãe, ao país(!?), enfim...
Veio também desse período as primeira excursões à pasárgada, ao mundo itabirano, á Dublin de Joyce, aos ideogrmas transcritos dos Campos, às fabulações veniais de Sahkespeare, enfim... Ah, e não poderia esquecer de dois trunfos extraordinários: ter sido apresentado logo cedo ao Camus e ao Guimarães Rosa.
Veio também o desbunde, o movimento punk, a militância anarquista e o amadurecimento. Continua...


Wednesday, September 20, 2006
vamos pogar?
Não. Não fui ao show do Zé Geraldo. Tava frio pra caramba e surgiram-me trocentos problemas para serem resolvidos no domingo. A Roberta eu sei que foi com a turma, mas ainda não nos falamos. Então, não tenho notícias de como rolaram as coisas lá.
Mas o Edhson FM - figuraça de Osasco - reservou-me uma p.. notícia ontem. Tem Inocentes "Patriamada" no Sesc Pompéia em 29 de setembro. Vou, vamos, nem que seja debaixo de uma chuva de canivetes. O Paulo Gavião(ou Paulo Magrelas, como preferem alguns) também vai. A Roberta e sua patota também. Resta convidar mais alguns e outros tantos. Você, inclusive!

16.9.06

noite fria

Acabo de ler no Caderno 2 do Estadão de ontem, a lista dos cinco finalistas do Prêmio Visa. Conheço apenas o trabalho do hiperbólico André Abujamra e do João Donato. Outros que já conhecia o trabalho ficaram pelo caminho. Tudo bem. A "troupe" que ficou parece-me rica em densidade, fantasia e qualidade. Mas, vamos à lista: Lysias Ênio e João Donato; Fred Martins, Kristoff Silva, André Abujamra e Danilo Moraes. Faltou mulher aí.
E no mesmo Caderno, uma matéria sobre o novo trabalho de Arnaldo Antunes, à página D2.
E outra notícia, fresca e das boas: amanhã tem Zé Geraldo no Sesc Itaquera(zona leste de Sampa), a partir das 15h. Quem pudser, não perca. A Roberta, minha ex-aluna e agora parceira de trabalho, prometeu que vai. Vai levar a irmã, o namorado, e mais um monte de gente da "tchurma". Não lembro quem, mas sei que alguém meu jurou que a Nô Stopa, filha do Zé, e, além disso, p... cantora, vai estar lá na hora da canja.
E lá nos encontraremos.

aforismos ajuizados

"Olhar o mundo de hoje é sofrer com uma paisagem turva. Não só as frases feitas das ideologias de cabeceira se esfarelaram como as palavras em geral perderam a credibilidade." Luiz Fernando Viana(Jornal "Folha de São Paulo", Brasil, 16/09/2006)

13.9.06

vs. eu

Achei este poema numa página de uma dessas revistas tipo CLAUDIA, marromeno em 1987, 88. Por aí...
Porque achei que tinha "a minha cara", recortei a página, guardei, depois perdi, achei de novo, transcrevi para o papel e... perdi o original de novo. Para ter certeza de que não sumirá, reparto ele com todos. O nome da autora está citado no fim.

"PROCURA-SE"
Um cara que goste de natureza. Que
aprecie Caetano, Chico, Milton, e também
goste um pouco de Elton John. Que vista
roupas largas, de algodão, de
preferência superdesligado da moda.
Que adore poesias e noites de lua, na
praia e no campo, tanto faz.
Que só beba socialmente e não fume, que
ache gostoso e relaxante dançar em
qualquer lugar; que não tenha regras pra
nada, seja superextrovertido, mas
goste de ficar solitário a dois...
Não precisa ser intelectual, mas tem de
entender um pouco de cada coisa. Que
não exija explicações, não seja
polêmico, mas que encare qualquer
discussão pra defender o seu ponto de vista.
Tem de gostar de falar o que
sente e não omitir uma declaração de
amor, mesmo que seja num elevador
apinhado de gente. Que goste de
caminhar descalço na praia e seja
amarrado num tênis branco quando
estiver marrom de tão sujo.
Procura-se um rapaz meio louco, mas
que tenha bastante lucidez para amar a
vida, as pessoas e que me aceite com
uma qualidade e mil defeitos. Um cara
que se ame muito e sobre um pouco desse
amor pra repartir comigo.

PS: Se tiver uma cara assim, escreva pra mim!

autoria de EDNA SUELYDE ARAUJO AVELINO

7.9.06

independência

hoje o dia da pátria.
dia de desfile e engarrafamento na marginal tietê. de muito vento frio e sol morno.
dediquei-me à tarefa de trabalhar, com afasia certeira. culpa de um processo degenerativo que está acamando os funcionários da empresa: desemprego à vista, para mais de 10% dos colaboradores. que fazer? seguir em frente, oras bolas.
agora, as boas notícias: finalizei ontem, dentro do trem, um conto novo, Passionatas, de cara uma prosa bem estilosa, naquilo que me propus a fazer nos últimos meses: suburbana, coloquial, introperiférica, mas, ainda assim lírica, romântica e antianêmica. esse o meu grito de independência.

fica a irradiação de um poema:


OBTUSO


tão tonto fico
quando fico pronto
que fico em silêncio:
esse poema que não se acaba em mim.


(hardrockcorenroll, SP, Ed. Scortecci, 1998)

2.9.06

novos e novos

Mais dois poemas.
+ 2 Poetas:

DESMEDIDO

Ter um amor
Grande grande grande
Tamanho dum elefante
Ir ao zoológico com ele.

(Severino do Ramo, em "Põemais", SP, 1989. Republicado no libreto "Palavras Cruzadas", nº 5, julho de 1992, Itaquera, SP)

x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x

CRISTINA

morreu a menina
que morava na sé
seu nome era cris

de barriga pra cima
seu corpo flutua
na piscina do chafariz

olhos fixos no céu
há um sorriso em seu rosto
parece tão feliz

o buquê de flores em suas mãos
é um saco plástico colorido
com cola, crack, batom e verniz

(AKIRA YAMASAKI, 1999, apresentação na Oficina Cultural Luiz Gonzaga, São Miguel Pta., SP)

1.9.06

vs. eu

sexta, 1º de setembro de 2006

Hoje, aniversário de meu filho Zuza.

Então, tomem lá todos de presente um p... poema de um amigo de infância, poeta dos bons, que anda se esquivando das boas letras. Mas o mundo há de encontrá-lo, em Guaianases (São Paulo, SP), onde ele se esconde, ou qualquer outro lugar. Com vocês, LUCIANO DOS SANTOS:

NÓS

mudar
moldar
quem quer voltar?

(escrito em 1989)

7.8.06

vs. eu

Segunda-feira, 7 de agosto de 2006.




Fiz a primeira viagem de meus sonhos. Grande viagem, por sinal. Planejara há muito tempo fazer um longo percurso a pé (talvez o Caminho do Sol, de Santana do Parnaíba, SP, até São Pedro, SP, 256 km, mas acabei fazendo um mais curto, 61 km apenas, de Itapevi, SP a Itu, SP.
Mas a Raquel, minha musa, foi comigo, e fizemos coisas maravilhosas juntos, desde a quinta, às 16:45h, quando pisamos os pés na estaçãozinha de Amador Bueno, em Itapevi; até o sábado, às 18:15h, quando adentramos o quintal da minha avó, no Rancho Grande, em Itu.




Foi uma experiência excêntrica, eu sei. Corremos muitos riscos, também sei. Ganhamos bolhas nos pés e calos nos dedos, eu sei. E sei também que a cumplicidade, a troca de idéias, a presença constante de um diante do outro, fez uma diferença tamanha que, quem não nos conhece, sequer vai acreditar. Mas não precisa. Nós acreditamos.
Ouvimos muita Janis Joplin, Clara Nunes, Beethoven, Zélia Duncan, Cássia Eller e outras no MP3 que levamos. Levei também um caderno que foi um diário sucinto das nossas peripécias. E o livro que levei, "A Última Casa de Ópio", do Nick Tosches, que pretendia reler, só recebeu uma passsada de olhos, mais pelo desconforto da leitura quando o corpo está muito cansado. Vou começar a relê-lo agora.




(Escobar Franelas)