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18.7.07

definitivamente...

conseguimos: demorou muito, passamos de pedro primeiro ao segundo, passamos por marechais, ditadores e tant´outros, mas ufa!, enfim conseguimos. CONSEGUIMOS PIORAR O BRASIL. Mas não digo isso de bobeira não, senhor! Falo com propriedade, com a propriedade científica de quem analisa detalhes com apuro técnico. Quer um exemplo? Que país do mundo você conhece que em vez de melhorar os trens , ônibus e metrôs, eles CONSEGUEM piorar os aviões e aeroportos? Bimba: só o Brasil pode exportar essa falta de respeito, esse "ser não importante" no atendimento da coisa humana: atraso, filas, descaso, falta de memória coletiva, retardo, bloqueio, cancelamento.
Agora tudo isso somado à falha técnica, à necessidade de urgência eleitoral e agrupeira, ao conceito da entrega pass-thru da coisa pública, à pressa fast-food. Só o Brasil permite que seus aviões derrapem na pista do carro, atropelem gente que nunca sequer sonhou em viajar em éirbuzz, e - pasmem! - só o Brasil consegue entender que qualquer medalha do Pan(pã?)pode ser mais importante que as centas pessoas que perderam a vida em frente ao aeroporto.

2 comentários:

Unknown disse...

Olha só, Escobar,o Brasil não mesmo um país sério, ainda que eu prefira a palavra suigeneris, que disfarça o que se subtende por esquisito, exótico e extravagante. Fiquei sabendo, por exemplo, que as melhadas do pan se quebravam com facilidade, assim como as camas da Vila Olímpica.Não é pra rir (rs)?

Unknown disse...

Segue abaixo uma proposta de conto a quatro mãos, topa? Vai aí a primeira parte. A segunda é com você:

Tiago, precocemente envelhecido pelo álcool, atravessa os dois últimos quarteirões que deságuam no centro da cidade para cumprir aquilo que denomina como sua “prescrição diária de tédio”, em outras palavras, o desconforto de refazer o mesmo percurso deixando para trás o cheiro de esgoto e a paisagem gasta do subúrbio – não que o centro da cidade não tenha seus odores desagradáveis também, mas pelo menos as pessoas fingem que não sentem ou cruzam por ele com sua pose de celulares e olhos encharcados de veleidades. Na cidade, é possível ser irônico e doce ao mesmo tempo, entrar dentro de uma espelunca chique batizada cybercafé e xingar com classe ao telefone. Decididamente este paraíso falsificado agrada Tiago, assim como a parede tangerina-fake do prédio onde trabalha, o instituto legal, depósito de corpos do maior distrito policial da cidade para onde são enviados a maioria dos jovens traficantes abatidos em confronto com a polícia. Nessa manhã, ainda com ranço de ressaca, Tiago vai ser surpreendido ao abrir o saco plástico com o cadáver e descobrir que ainda está vivo.