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6.6.14

A final: o que sonhei?

 
Na noite passada, sonhei que o Brasil disputava a final da Copa do Mundo contra a Argentina. E pra cortar o suspense, vou direto ao resultado. Dava Argentina.
No amargo mundo em que brotava de minha mente criativa, surgia um inconsolável aparato de lágrimas e dor que visualizava no rosto de vários familiares e amigos, todos tristes, cada um curtindo seu maracanazzo pessoal. Eu - claro! - sofria junto, não pelo resultado mas mais pela peculiaridade da situação, ver a desilusão sobre e sob os olhos úmidos dos entes ao redor.
Retrocedendo: saltei, num átimo, do dia 13 de julho para hoje, quinta-feira, 5 de junho. Acordei como corpo todo dolorido, um pouco assustado. Fiquei mais tempo que os dez minutos usuais na cama, tentando me desfazer do cansaço, do sonho. Melhor, do pesadelo.
Ou nem tanto: ver o Messi e o Neymar disputando uma mesma final de campeonato, transformando a bola numa arma de fênix, numa cartola mágica, que a cada jogada lança uma nova ilusão de ótica, me faz pensar que o menos importante é o número final da partida. Mais ainda: posso sofrer pelo malfadado resultado que enterra o meu prazer ufano, porém, os olhos entram em conluio com outros prazeres talvez não sensorializados. Uma boa jogada, um drible perfeito, um gol de voleio, tudo isso remete ao prazer de ler Bandeira, os dez minutos em silêncio passados com Drummond, uma canção de Vinícius com Jobim, um tamborim e uma cuíca inserindo o inexplicável para todo o meu corpo devoto, um solo de guitarra endiabrante. Todo prazer vale a pena.
A menos de uma semana do pontapé inicial, aliás, o gol de placa pode estar sendo promovido pela equipe do Miguel Nicolelis (https://www.facebook.com/pages/Miguel-Nicolelis/207736459237008), cientista brasileiro, craque no campo em que se propõe atuar: a humanização através da ciência. É possível que o exoesqueleto, roupa robótica cujos sensores permitem que alguns membros do corpo obedeçam aos comandos do cérebro por meio de eletrodos, permitindo, por exemplo, que o chute inicial do jogo do dia 12 seja feito por um paraplégico, seja a grande atração, e nos revele o craque do jogo, ou do campeonato todo.
Amo futebol de maneira até incompreensível, amo o malabarismo dos 22 palhaços e contorcionistas do circo retangular a céu aberto. E amo mais ainda a sugestão de ideia de que na abertura (não na final), seja feito o grande gol da copa, e faça desse dia o do sonho orquestrado por um grande mágico. Quanto ao pesadelo da final, eu não acredito em meus sonhos. Mas não duvido de meus pesadelos.
Aqui, há baços para abraços, em todos.


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