Pesquisar este blog

5.7.13

3º Sarau da Maria - Como foi?

Foto: arquivo de Cida Sarraf



Emoção. Alegria. Cumplicidade. Letargia. Loucura. Avassalador. Talento.
Eram muitos os adjetivos que pululavam em minha cabeça à saída da Vila Maria, na Marginal Tietê, quando a madrugada avançava domingo passado. Acabara de sair do 3º Sarau da Maria, no Giba´s Baixaria Bar (acho que é assim que se escreve), um espaço bacanudo onde vivi a poiésis grega em sua totalidade por breves horas, na noite de sábado. Eu e muitos.
Chovia, chovia torrencialmente sobre a Sampalândia, as gotas batendo forte no asfalto quando, por volta da sete da noite, consegui um cantinho para encostar o carro, andar dezenas de metros (a rua estava abarrotada), e entrar no boteco que também já se tornou um símbolo de resistência artística. Bastaram três saraus para que o espaço se tornasse um referencial para os artistas da região norte (e também de outras zonas, como eu), que têm ali um novo front para exibir e ver (e ouvir) o que tem de novo na arte em tempo real que acontece nas frinchas periféricas da paulicéia.
Os pés molhados, as mesas tomadas por gente de variadas cores e procedências, uma exposição das fotos de Thaís Nozue, outra da arte visual de Ítalo, lançamento do livro de poesia e do meu Antes de Evanescer, uma livraria simpática oferecendo por preço justo outras obras de artistas ali presentes, som nos trinques, o hilário e competente Vlado Lima na pilotagem do microfone, e pronto!, já podíamos começar a festa das palavras, dos versos, da música.
Vou cometer muitos enganos mas dou minha cara a tapa. Sei que muita gente boa e talentosa não será citada, fugiu da lembrança mas... paciência, esse escrevinhador também comete lapsos, vamos lá!
Passaram para homenagear a deusa Poesia, entre muitos outros talentos, a figura carismática que atende pelo nome de Ana Cris (Eita Sarau), o Silvestre Lima, Rogéria recitando Elizandra Souza, Zulu de Arrebatá cantando à capella, Miragaya (sempre inflamado) declamando o trocadilhíssimo “Ode aos Cães”, Gilberto Braz, Éder Vicente e Lígia Regina, Danilo e Paulinho, Deise Capelozza com sua voz tronitoante, João Emílio, Marcello Nocelli (editor), Elen e Luiz Geadas, Eduardo Malafaia (vindo benvindo de São João dos Campos, dando um rasante em Sampa), Robson Gamaliel, Eduardo Monga (de Pernambuco), Célia Damásio e Muniz Crespo, Valtão, Paulo Barroso, Sacha Arcanjo, Newton Val (músico de erudição e talento incomuns, aplaudido de pé pela extasiada plateia presente), Mateus Velodelo, Paulo César Luz, Luiz Claudio (de Santos) e Osvaldo Rosa, poeta do bairro e autor do verso que ilustra o banner do evento: “"O céu só tem três Marias, meu coração tem infinitas, uma vila de Marias"
Não precisaria dizer mais nada. Mas devo fechar o assunto. Deixei Sacha e Zulu em casa, cheguei no meu lar por volta das 3 da manhã e só consegui dormir depois de um bom banho. Muitos que fazem uso de determinadas substâncias, procuram nessa viagem uma abstração, um fuga, ou talvez até um encontro. Eu tenho tudo isso quando vivo momentos mágicos como os que passei com a galera que prestigiou o 3º Sarau da Maria. Em agosto tem mais!
 
Foto: arquivo de Cida Sarraf
Créditos: Texto de Selma Sarraf Bizon via Facebook

Sarau da Maria. Vila Maria.
Maria da música, Maria da poesia,
Maria de todas as artes, Maria de todas as Marias.
Sarau da Maria. Vila Maria.
Maria dos Festivais do Paulo Egydio,
Maria da Praça Maldita, Maria do Bar do Carlito,
Maria do Bar do Lê, Maria do Bloco do Saco.
Sarau da Maria. Vila Maria.
Maria de cantar, Maria de declamar,
Maria de reunir, Maria de rir, Maria de celebrar.
Sarau da Maria. Vila Maria.
Viva a Vila Maria!

O Sarau da Maria chega com o objetivo de agregar e integrar a arte produzida nas ruas, nas ladeiras, nos cortiços e nos escadões da Vila Maria com a arte de todos os bairros de São Paulo. O Sarau da Maria tem geografia, mas não tem fronteiras.

Produtores por ordem alfabética: Arnaldo Afonso, Cida Sarraf, Deise Capelozza, Marici Silva, Nilzete Lala Nascimento, Oswaldo Alves Ferrera Jr, Selma Sarraf Bizon, Sidney Kita Kitagawa, Verônica Lopes e Vlado Lima.
Criação da arte: Felipe Néri

Pessoal de São Miguel (foto: arquivo de Lígia Regina e Éder Lima)

Nenhum comentário: