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15.10.19

Um textículo: "sereia poeta e surfista"


com a mesma elegância que
desfilas no ritmo das águas
domas os dedos, a caneta
para escreveres com a quilha
- o verso da prancha -
sobre a solidão que dá asas aos pés
à imaginação, ao desregramento líquido
e nada sutil da poesia

deslizas, viras a folha
fazes o tubo perfeito
dropas na linha reta

no mar branco, monocromo 
de coloridos efêmeros
onde singra a liberdade
cara ao sol, cabelo ao vento
peito nu, braços abertos
reina essa certeza inexata
suspensa, virgem, surpresa

o bulício de todas as águas

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