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20.11.25

Um trexticulo: "micrônicas III"

 E se tudo for morte e a vida não existir? O que serão esses pequenos fulcros do cotidiano? O orgasmo à uma e dezessete da madrugada será o céu? O campeonato na última rodada, o flerte na fila,  os livros do Cortázar, Hirondina e Zimborska?
Bastardos Inglórios? O filho nascido, o doutorado aprovados? Esses pequenos resumos são o quê?
O que será o céu, aonde estará o paraíso, como celebrar o prazer? Num poema de Drummond? Três versos de Bashô? Ou o abismo de Clarice? Está numa moldura no Louvre? Ou num divã em Viena? Na borboleta numa manhã de sol? O que é o Sol?
E o que será o inferno? A primeira broxada? Ou a última? A derrota por goleada? A Peste e outras pestes? A panela vazia ou a queimada? A cova mais funda ou a rasa?
E essa seda carbonizada, essa mente evaporada, o que é, o que serão?

 


 

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