Depois do estrondoso sucesso que foi o Bentevi, Itaim em 2012, a Casa de Farinha e o IPEDESH, retomaram na última sexta, 1º de fevereiro, um novo projeto, Ronaldo Ferro. Pelo que foi visto e experimentado por todos que estiveram ali, o ano promete!
O novo trabalho vem focado na mesma proposta do projeto anterior, ou seja, "ação entre amigos" para angariar fundos para gravação de um cd, no caso do guitarman homônimo. Para a primeira "passada de chapéu", o convidado ao palco foi o jovem simpatia Caio Vandré. Filho e irmão de cantores e compositores - Luiz e Vinícius Casé, respectivamente - Caio é fluido, leve, solto, como uma pluma majestosa, uma ave canora de canto majestoso.
Em seu show não faltaram sucessos - seus e de outros - todos com a marca da poesia precisa sobre os acordes bem desenhados, pelo mestre Ronaldo Ferro que, diga-se, o acompanhou solenemente, enquanto esbanjavam talento ímpares e complementares numa noite inspirada. E tome-lhes, em português e inglês, pra brasileiro ver e ouvir (e bem).
Antes, porém, o palco da Casa de Farinha recebeu um show de variedades inéditas e até então imprevisíveis. Akira Yamasaki, frontman de todo o projeto, tomou o microfone para destilar seus poemas suntuosos acompanhando pelo violão e a voz melíflua de Zulu de Arrebatá. Novas sensações não previstas, novas pérolas destiladas para o afã de nossos ouvidos e outros sentidos.
Sou convidado a seguir para tantar com meus modestos recursos cênicos a climão que jà está criado. Não tenho o mesmo carisma, confesso. Mas Akira - bom moço que é - não me deixa sozinho, vem em meu socorro para costurar ideias e histórias com poesias incontestavelmente coloridas, sortidas e bem servidas. Servimos a todos com uma pitada de humor enonsense, mas não deixamos ninguém passar fome (pelo menos isso...). Depois de vários minutos de parolagem e lustração de egos, chamamos Ceciro Cordeiro, que chega improvisando, com o seu violão acelerado, a voz impetuosa e a virulência musical de sempre. E lá está Akira, de novo, absoluto (como sempre), ajudando a colorir a paisagem sonora com mais palavra, poesia e plasticidade, criando o terceiro duo improvável da noite.
Até que chegam Caio e Ronaldo e botam tudo pra fora, nervos, músculos, coração e mente, as vísceras saindo do forno improvisado de duas gerações que se encontram e naturalmente se afinam. Êxtase catártico no palco e no público.
Depois Zulu volta, e depois Beto Rio ("pai e mestre" de todos, conforme fico sabendo pela boca de terceiros) e Silvio Kono (o "japaraguaio" mais original que já vimos, no achado poético de Akira), formando a quinta dupla do noite. Tudo, todos são contaminados por uma paixão inaudita pelo "estar ali", à solta, como lobos solitários/solidários juntos à matilha de convivas, eeternos parceiros, amigos, público e artistas, todos imantados pelo mesmo frenesi e que não se permitem desabraçar, apesar das horas que passam impiedosas. E depois de tudo, ainda tome-lhe conversa fiada, gostosa, sossegada, de gente que se ama, e ama esse convívio feliz. Nem preciso dizer que cheguei em casa com a madrugada já avançada. Mas querendo mais...
Ao Xavier, fotógrafo, poeta raro e proprietário do lugar, pedimos sinceras desculpas, já prometendo que nos próximos encontros, tudo se repetirá, e de novo pediremos as sempre inéditas desculpas. Amém!
Ronaldo Ferro |
Silvio Kono e Beto Rios passando o som |
Silvio Kono e Beto Rios passando o som |
Ronaldo Ferro, o "dono" do projeto |
Ceciro Cordeiro, incansável |
Zulu e Akira - inusitado |
O melífluo Zulu de Arrebatá |
Caio Vandré, catarse contida |
Silvio, Caio e Beto, asssitidos por Akira
todas as fotos de EF
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