Érico Alves de Oliveira, artista plástico,
tem um extenso trabalho em história da arte e filosofia universal. Tudo isso
além de ser um artista com viagens internacionais. Atualmente faz pós-graduação
na ECA-USP. Nessa entrevista exclusiva, ele fala de
metodologias, viagens e mostras, com a calma e o brilho no olhar que lhe são
peculiares, quando comenta seu trabalho.
Retrato de um artista enquanto sépia (foto: arquivo pessoal - Facebook) |
Érico Alves de Oliveira (foto: arquivo pessoal - Facebook) |
EF – Como foi
o início de sua carreira?
EAO – Na
verdade, eu desenho desde criança. Nesse aspecto, sou muito grato aos meus pais
e alguns professores, que forneceram elementos para a minha formação.
EF – Que
elementos foram esses?
EAO – Ah, eles
me incentivaram muito em minhas aptidões, comprando aqueles kits básicos, os
livros necessários... reservando um espaço para mim dentro de casa, para que
que pudesse desenhar à vontade. Também viajei muito. Enfim, tive alguns
privilégios que me permitiram adquirir muitas informações. Sabe, aquela coisa toda,
uma biblioteca razoável, acesso às informações, e vai por aí...
EF – E quando
sua carreira foi realmente alavancada?
EAO – Na
adolescência fiz um curso na Escola Panamericana. Depois prestei vestibular
para Filosofia. Passei mas não terminei. Então, fiz a Faculdade de Belas Artes,
graduando-me em
Educação Artística com habilitação em Artes Plásticas. Também
fiz muitas oficinas, coletivas e workshops. Outro detalhe muito importante é
que freqüentei muitos ateliês, como o de Geraldo de Sousa Dias, hoje na
Alemanha. Por aí, percebe-se que nunca alavanquei nada, mas sim criei caminhos
que foram sendo encurtados.
EF – E como é
que é seu método de criação, se é que existe um?
EAO – Caminho
muito, gosto do contato com as pessoas, conversar, observá-las. É dessa
observação que crio o meu espaço e minha temporalidade, o sumo que depois vou
trabalhar. Me confesso um artista multidisciplinar na busca do conhecimento. E
a tela em branco é uma possibilidade por vir. E tento esgotar plasticamente
essa possibilidade.
EF – E como o
artista e o cidadão convivem com a
política cultural, por exemplo?
EAO – Seria
besteira cair no clichê da reclamação simplória. Mas a política como um todo
chega a ser indigente, disso não tenho dúvida. Então, o que faço? Tento formar
um público junto aos alunos do meu ateliê, meus amigos, nos fóruns e debates
dos quais participo. Agora mesmo tenho um projeto de um museu comunitário aqui
para a zona leste, onde os artistas da região e do underground teriam condições
de mostrar seus trabalhos. A arte, tanto para o criador quanto para o gestor,
não se esgota jamais. É um buscar constante, inerente ao ser humano, na busca
de sua humanidade.
(foto: arquivo pessoal - Facebook) |
Notas
complementares: a) Esta
entrevista originalmente foi publicada no Jornal de Itaquera, SP, capital, nº
33, ano 3, agosto de 1999.
b) À época, Érico Alves de Oliveira lançou
as bases futuras do Museu Comunitário, em Ermelino Matarazzo,
zona leste da capital paulistana. Desde então, o projeto está parado.
c) Esta entrevista foi postada com pequenas
correções ortográficas
(conforme original).
* Texto também disponível em http://www.recantodasletras.com.br/entrevistas/721644
(foto: arquivo pessoal - Facebook) |
EAO (Foto: arquivo pessoal - Facebook) |
(foto: arquivo pessoal - Facebook) |
(foto: arquivo pessoal - Facebook) |
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