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19.5.13

Sarau do Nhocuné comemora lançamento da 1ª coletânea

Primeira reunião em livro de poetas do Sarau do Nhocuné (foto EF)
    Quinze meses após o primeiro encontro, em fevereiro de 2012, chego nessa noite de sábado ao bar Boa Boca com uma emoção diferente. O Sarau do Nhocuné, organizado por Zé Carlos Batalhafam, e que acontece uma vez por mês no local, lança sua primeira coletânea de poesias, com 12 dos poetas que frequentam o sarau. Estou entre os contemplados, estou atrasado, estou emocionado. Com passos vacilantes, desço do carro e caminho para a porta do bar. Observo: está cheio! Melhor assim, o olhar severo do Batalhafam não vai me enxergar no meio da turba, vou entrar e me misturar entre os presentes. Quero mais é curtir os poemas.
Batalhafam, talento com palavras, com a voz, com a organização (foto EF)
   Poeta, prosador, historiador  e agitador cultural, Batalhafam, que é autor de livros muito significativos como Trilogia das Palavras (poesia) e Vila Nhocuné - Memórias da Tapera da Finada Ignêz (história), entre outros, retomou com o Sarau do Nhocuné uma militância iniciada há mais de vinte anos, quando, junto com outros ativistas de Itaquera e região, criou o evento Primavera nos Dentes, que foi a primeira luta organizada no bairro em prol de uma união entre os escritores e outros artistas para que os eentos deixassemos gabinetes oficiais e fossem resgatar a essência da arte popular, a rua, o povo, a emergência do cotidiano. O Primavera findou pouco tempo depois, mas suas raízes vingaram e deixaram frutos (eu, de certa maneira, sou fruto dessa luta e dessas conquistas).
O livro, que tem o sugestivo nome de Poesia Convergente - 1ª Coletânea dos Poetas do Sarau do Nhocuné, tem fontes brancas sobre fundo preto brilhante, confeccionado pela editora Costelas Felinas, de Santos, SP. Básico, certeiro, tem suas 66 folhas feitas de papel reciclado. Simbolicamente, representa uma autoafirmação, condição poética premente: a militância em favor da vida, das pessoas e do planeta. Na obra há poemas de Ana Athanázio de Oliveira, Delmo Biuford de Souza, Eduardo Luiz Silveira, Elaine Maria de Souza, Enio Roberto Silva, Jacinto Donizeti dos Santos, Joana D´arc de Oliveira, Lou de Souza, Paulo Gonçalves Ferreira, Valdo Odi, Batalhafam e meus. A festa contou com 9 dos poetas selecionados e foi abrilhantada pela presença de outros convidados e visitantes que leram, declamaram, cantaram e aplaudiram os presentes. Um dos destaques foi a dupla formada pelos jovens André e Jonatan. O primeiro é filho da poeta Lou de Souza e protagonizou sua primeira apresentação em público num dos saraus de meses atrás. Dessa vez, trouxe o parceiro boliviano Jonatan e juntos cantaram três músicas do repertório deles. Para surpresa dos convidados, a última música eles cantaram em castelhano.
Regada a cerveja, porções elaboradas pelo Fernando (proprietário do Boa Boca) e sua equipe, vinhos e outras iguarias, a festa foi completa, concorrendo em igualdade de condições com a Virada Cultural, que acontecia concomitantemente.
Mais uma dupla inspirada: André e Jonatan

Batalhafam, cuidador de versos diversos

Jacinto: poeta, educador, formador

De repente, uma ideia e uma união incomum: ensaio de última hora

Uma espiadinha no que andaram escrevendo

Família unida em torno da poesia

Bar Boa Boca bêbado de versos

Saber e lirismo transmitidos através das gerações

Poesia para finos paladares sensoriais

Fotos Escobar Franelas

Um comentário:

Poesia sem café. disse...

Meu irmão... a festa foi superlinda e, não seja tão modesto, você tem contribuído, e muito, para a realização do Sarau do Nhocuné. Abraços do Zé!!!