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18.7.13

Entrevista: Mara Pittaluga (Artes Visuais e Poesia)

 
Mara Pittaluga, "a poeta do lago" (foto: arquivo pessoal MP)

(Mara Pittaluga sintetiza o romantismo lírico  em estado bruto. Descobriu nas artes visuais e na poesia uma forma de protagonizar em  seus gestos e sua visão das coisas, a forma como dialoga com a vida. Nesta entrevista exclusiva, feita via Facebook, ela fala de si, de suas andanças, experiências e influências. Vamos descobri-la juntos?)

A tela e a bela (foto: arquivo pessoal de MP)


1) Quem é Mara Pittaluga?
“Sou a poeta do lago e de todos os sonhos.” Permito-me viver intensamente cada momento da vida.
Sou dos filhos, do lar, dos amigos, do simples cotidiano, amante da arte e da poesia. Meus poemas, que interagem com a natureza, fazem-me mergulhar no âmago do meu ser e descobrir meu paraíso interior. Minhas pinturas, também inspiradas na natureza, movimentam meu viver. A cada pincelada, uma expressão a mais, em formas e cores. Minha escola, é a escola da vida, do cotidiano, da leitura, e da constante pesquisa. Consciente dos meus limites, tento “aprender” cada vez mais, para que um dia, eu possa deixar um legado de conhecimento, sabedoria e amor por tudo, que realmente vale a pena lutar e sonhar.
Finalizando: Sou um coração que bate e busca verdadeiras emoções. SOU A MARA PITTALUGA. MUITO PRAZER!

2) Quando você iniciou na prática das artes visuais?
Acho que todo o artista já nasce com um olhar apurado. É a partir do olhar, que flui o interesse pela arte, pelas formas, cores e seguimentos. Não sou profissional da área. Sou uma aprendiz, que vibra na sintonia do belo. Comecei pintando com meu olhar, com minha alma. Há dez anos comecei a fazer aulas de pintura. Hoje sou integrante do Atelier de Pintura Marília Chartune Teixeira (Santa Maria, RS). Grande amiga e excelente profissional. Fotografia, também é minha grande paixão: observar, olhar cada detalhe, sentir a vibração do lugar, do momento... e registrar. A arte, como um todo, é a prova de que o imensurável existe, e está dentro e fora de cada um de nós. “A ARTE, É A VIDA EM MOVIMENTO, A ALMA EM MOVIMENTO, O AMOR EM MOVIMENTO." O artista é o mensageiro de toda essa magia.
Gostaria de citar a COPOSM, Casa do Poeta de Santa Maria, pois foi lá que iniciei minha trajetória de poeta.

3) Quais são as influências que você confessa em seus trabalhos, tanto os visuais quanto os poéticos?
São tantas as influências,pois na arte e na literatura,a busca é constante e o encanto infinito. Sou apaixonada pelas obras de Claude Monet. Em especial: Impression, soleil levant, Femme au jardin, Nenúfares.
Na literatura,amo Mario Quintana, Cora Coralina, Monteiro Lobato e Florbela Espanca. São muitas as influências. Na arte e na literatura, a busca é constante e infinita...

4) Você diz que começou a fazer aula há 10 anos. E antes, o que fazia?
Sempre fui dedicada ao lar, mas sempre sobrava um tempinho para pintar telas e escrever poemas. Casei muito cedo e fui morar na fazenda Sarandi, em Bagé, RS, de propriedade do meu ex-sogro. Lá tive dois filhos, que hoje estão formados. Depois separei-me e casei novamente. Tive um terceiro filho, que hoje é adolescente.
Sempre fui uma dona de casa sonhadora. Queria mais... e mais. Iniciei com o artesanato, e depois parti para pintura em telas. Hoje sou integrante do Ateliê de Marília Chartune Teixeira, integrante da CAPOSM (Casa do Poeta de Santa Maria), escrevo para o Jornal Letras Santiaguenses, breve antologia de São Pedro do Sul e outras. Isso é a prova de que uma dona de casa, é capaz de estender seu horizonte, sem precisar deixar de lado a família, os amigos e a sua própria essência. "Amo ser o simples e o essencial".
Sou feliz e realizada com o pouco que já conquistei. Ainda pretendo pintar muitas telas e escrever muitos livros, mas se eu morresse amanhã, morreria feliz e em paz com o meu coração: O MAIS IMPORTANTE!
Iniciei a pintura há dez anos, mas estou com Marília há 4 anos.

5) Como é seu método de trabalho, o que a provoca no sentido de criar uma obra nova?
Iniciei a pintura fazendo releituras mas logo comecei a criar, sem deixar de lado a pesquisa. Procuro tirar o máximo proveito das aulas de pintura e dos cafezinhos poéticos. Pintura e poesia, unidas, formam uma bela composição. Para cada pintura, um poema.A pintura "provoca" a poesia e vice-versa. Tudo é encantador e prazeroso.

6) Esteve em São Paulo para a Bienal do Livro do ano passado (2012). O que achou da cidade? O que fez? O que gostaria de ter feito e não foi possível?
Sim, foi uma doce loucura, pois combinei a viagem com uma amiga virtual (Mel Costa) de Brasília. Nos conhecemos em SP, no aeroporto de Guarulhos. Foi uma grande emoção para ambas. Ficamos no mesmo hotel, fomos juntas à Bienal e conhecemos lindos lugares: MASP, PINACOTECA, ESTAÇÃO DA LUZ e outros.
Também conheci grandes amigos, que hoje moram no meu coração. Terezinha Souza, os escritores Escobar Franelas e Marciano Vasques. Foi uma experiência bonita e uma imensa alegria para mim. A Bienal é o paraíso da cultura, do conhecimento e da sabedoria. Em cada livro, um sentimento, uma energia, uma certeza, uma procura. Em cada livro, uma história em movimento. Amei a Bienal, amei São Paulo... amei tudo!

7) Para o futuro próximo, quais são seus planos?
Não faço planos, não penso no futuro, mas agora que os filhos estão encaminhados, gostaria de cursar filosofia, respeitando meu tempo, meus limites. Até agora, fiz o que deveria ter feito em relação à vida, as pessoas que cruzaram docemente meu caminho. Fiz a minha parte e continuo cumprindo a minha missão.
Penso em muitas coisas, ainda, mas deixarei acontecer suavemente, sem pressa, sem ansiedade. Buscarei coisas, sem imaginar o futuro, sem fazer grandes planos. Quero viver intensamente o presente, o momento do sol, o momento da lua e admirar as estrelas, sem pensar no dia seguinte. Se eu amanhecer... ótimo! Abrirei a janela e direi: BOM DIA, VIDA!

8) Por favor, faça para si mesma uma pergunta que gostaria que eu tivesse feito. Depois, responda:
Mara Pittaluga, por que POETA DA BEIRA DO LAGO?
A poesia responderá por mim, à beira do lago...

Com a amiga Mel Costa durante Bienal em São Paulo (foto: Escobar Franelas, arquivo pessoal de MP)

Autografando seu livro primeiro livro de poesias, Poemas à Beira do Lago (foto: arquivo pessoal MP)

Com a turma inspirada da Casa do Poeta de Santa Maria, RS (fot: arquivo pessoal MP)
(foto: arquivo pessoal MP)

2 comentários:

Blog do Akira disse...

a poeta da beira do lago. privilégio morar assim.

ligia disse...

pelo relato da artista Mara,pessoa com simplicidade...gosto de tudo que é simples ,pois nelas há profundidades importantes!