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15.7.12

Projeto "Bem-Te-Vi, Itaim" (5a. edição)

Akira Yamasaki dando início a mais uma concertoria na Casa de Farinha (foto EF)

Quem foi não se arrependeu. Pelo contrário: a 5a. edição do "Bem-Te-Vi, Itaim", definitivamente, foi/está sendo um sucesso. Projeto que não para de crescer, reunindo sempre um time  de masters pra bater um bolão na Casa de Farinha, em São Miguel, ciceroneado pelo incansável Akira Yamasaki, reuniu ontem Gilberto Braz, Caio Vandré & Sheilinha Procópio e Ronaldo Ferro & Overdrive. Contou ainda com a presença marcante da historiadora Cida Santos, biógrafa "oficial" da zona leste.
Akira, como é praxe, deu o pontapé inicial, lendo uma pungente peça literária que evocava a lembrança do saudoso Raberuan, partido daqui, mas mote inspirador e norteador do projeto. Após isso, chamou ao palco o poeta Gilberto Braz.
Proprietário de uma poesia única, de ferro laborado no fogo da inspiração e sob o martelo do esmero, Gilberto dispensou o palco, em sua primeira participação, levando seus versos inusitados às mesas próximas. A confraria, famélica pelo díptico arte & cultura, bebeu, comeu, sorveu e ainda lambeu os dedos com a poesia refinada do poeta.
  
Gilberto Braz declamando seus diamantes (foto EF)
 

A seguir,  a dupla Caio Vandré e Sheilinha Procópio subiu ao palco. Antenada e inspirada, levaram todos ao delírio com a ternura de uma música que respira nuances diversas, todas elas ricas em textura, ritmo e melodia. Caio (filho do músico e cantor Luiz Casé) e Sheila (dona de uma aveludada voz de outono), destilaram seu ópio sonoro sobre uma plateia energizada com o lirismo que emanava das caixas de som.
Caio & Sheila: valeu a longa espera para ver um show deles (foto EF)
 
A noite, porém, prometia ainda mais. Todos anteviam que o show de Ronaldo Ferro e sua banda Overdrive seria um espetáculo catártico. Mas o que não prevemos é que estaríamos diante de uma experiência sensorial incomum. Quando alguns ajustes técnicos pareciam estar "demorando demais", pressentimos que essa espera configurava um caldo sonoro pronto pra explodir na panela da casa. E que depois seria impossível de ser mensurado. Fato: quando os primeiros solos de guitarra tomaram o recinto de assalto, fomos arrebatados para um lugar "próximo de Deus, e do diabo", como, aliás, advogou sabiamente o Akira no final. Ronaldo e sua trupe promoveram uma festa de celebração da vida e da arte atravésda música.
Êxtase, aqui, fica sendo a palavra que descreve o que aconteceu ontem na Casa de Farinha. Pra ser sincero, todavia, ela diz muito pouco da experiência que vivemos. 
 Ronaldo Ferro e sua Overdrive: overdose de ótima música (foto EF)

Antes do fim, porém, um aparte: O "Bem-Te-Vi, Itaim" ultrapassou o próprio voo. Suas asas alcançaram outros ares. Já é discutido, lembrado, questionado, imitado, irritado, criticado, repensado, profissionalizado, divulgado, ganhou vida própria, enfim. Tanto que a escritora Cida Santos deixou-se seduzir e levantou âncora de sua Laranjal Paulista (quase 3 horas de viagem até a Sampalândia), apenas para celebrar conosco essa vivência. Num gesto típico dessa troca de hospitalidade e generosidade, ela e Akira não deixaram passar incólume tal momento. Convidada pelo anfitrião a subir ao palco para um fio de conversa com a plateia, proporcionou-nos poucas mas sábias palavras sobre essa sinergia que nos une, os militantes culturais da zona leste. Ganhamos todos: Akira, Cida, a Casa de Farinha, a plateia, ganhamos nós!
Cida Santos dando um entusiasmado alô para todos (foto EF)

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